Não precisou nem de uma investigação do Ministério Público ou da Polícia Federal para que já se tenha os indícios e as pistas da origem do dinheiro detectado pelo Coaf com o ex-assessor do filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e que parte deste dinheiro foi parar na conta de Michelle Bolsonaro.

Com apenas algumas reportagens e em menos de 48 horas, o MP e a PF já podem começar a investigar o caminho bem tradicional da possível corrupção. Ela pode estar ligada aos cabides de empregos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Flávio Bolsonaro, o filho envolvido no escândalo, tinha mandato.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão do ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz em 2016. Esse valor inclui tanto saques como transferências, créditos em suas contas, entre outras operações. R$ 324,8 mil foi movimentado por meio de saques. Foram retiradas no caixa entre R$ 100 a R$ 14.000.

Segundo reportagem da Veja, sete assessores da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro abasteciam essa conta de Fabrício com depósitos. Segundo o relatório, esses servidores transferiram no total 116.556 reais para a conta de Queiroz entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017.

Já segundo a Folha de S. Paulo, Fabrício Queiroz fez 176 saques de dinheiro em espécie de sua conta em 2016. A movimentação dá uma média de uma retirada a cada dois dias.

Uma das transferências de Fabrício Queiroz foi para a esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil.

Esse ciclo que é apontado nas reportagens é uma forma tradiconal de desvio de dinheiro público e vários casos já foram investigados no mesmo formato. Veja quadro acima.