.Por Eduardo de Paula Barreto.

O ódio fez um ninho
Na caixa de Pandora
Onde botou um ovinho
E deitou-se sem demora
Para mantê-lo aquecido
Entre outros parecidos
Que haviam sido postos
Pelo preconceito, pela ignorância
Pelo egoísmo e pela militância
Que nela depositava votos.
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Conforme o ódio crescia
Mais a militância votava
E os ovos se aqueciam
E suas cascas trincavam
Até que elas se romperam
E na caixa apareceram
As desvirtudes mais baixas
Que foram engordando
Até acabarem expulsando
A pesada tampa da caixa.
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Para a surpresa de todos
As desvirtudes se unificaram
Assumindo um só corpo
Diante do qual se curvaram
Para ouvir o seu discurso
Sobre família, moral e tudo
O que agradava aos ouvidos
De quem odiava as diferenças
E acreditava que a violência
Para tudo seria antídoto.
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Mas quando o povo se preparava
Para dar a coroa ao opressor
Surgiu o amor que não estava
Na caixa onde o ódio botou
E os olhos foram abertos
E todos agora despertos
Prenderam quem os enganou
Assim o povo tornou-se sóbrio
E viu o terrível poder do ódio
Ser suplantado pelo amor.
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03/10/2018