O Globo cola em sua própria testa: traidor da pátria

.Por Fernando Brito.

Está na edição de O Globo, estampado e confesso, um dos maiores crimes de lesa-pátria já cometido neste país.

Correta reportagem de Ramona Ordoñez e Bruno Rosa informa que por conta da “redução de custos proporcionada pelos avanços tecnológicos empreendidos pela indústria no país” – leia-se Petrobras – e dos “elevados índices de produtividade”, 12 anos depois de sua descoberta, “o pré-sal brasileiro se tornou a fronteira petrolífera mais atraente do mundo.” Os custos baixos tornam, informa-se, a produção no pré-sal “economicamente viável mesmo se o preço do petróleo cair a US$ 35”, perto da metade do que precisa o “shale oil” norte-americano precisa para ter viabilidade comercial.

Mas nem dois anos nos separam do editorial do mesmo jornal que afirmava ser o pré-sal “um patrimônio inútil”, poque seus custos eram altos e que, como as cotações haviam chegado a US$ 37, “não há mais interesse no pré-sal brasileiro”.

É evidente que isso era mentira, porque os padrões tecnológicos não evoluíram em 20 meses e a escala de produção- assim como a elevação do preço – já eram conhecidas, então. E a tecnologia, detalhada na matéria, é criação nossa, nacional, não obra de gênios estrangeiros, de cuja ajuda precisemos.

Os custos operacionais da exploração naquela época andavam por volta de US$ 8 dólares o barril e, agora, apontam na direção dos US$ 5, valor igual ao dos poços da Arábia Saudita.

É mais mentira ainda que – e o editorial de O Globo era parte integrante disso – o golpe de Temer, sob a batuta do PSDB, se apressava em revogar a reserva de 30% dos poços, no mínimo, para a Petrobras e a vender, criminosamente, depósitos imensos de óleo já descobertos e com a exploração iniciada pela empresa estatal, alvejada como sendo “inviável” pelos desvios criminosos de alguns de seus ex-dirigentes.

A defesado pré-sal era, para o jornal, um “erro crasso do lulopetismo, movido a ideologia”.

O Globo cola em sua própria testa que é – o termo não pode ser mais leve – um vendilhão da pátria, disposto a entregar um tesouro que a Natureza deu ao povo brasileiro, para que seja saqueado em troca de alguns dólares que, por sua vez, vão pagar o saque do rentismo sobre as finanças públicas.

Só falta agora, nas mãos de um ex-capitão que bate continência à bandeira norte-americana, transformar o Exército Brasileiro em fiador deste saque ao país. (Do Tijolaço)