Nos meses de setembro, outubro e novembro, o Laboratório de Fatos e Ficções, projeto de encontros literários que receberá autores e críticos na unidade do Sesc Campinas, oferecerá oficinas de escrita e encontros literários com o objetivo de fortalecer a formação e manutenção de um novo ambiente literário na cidade.

Trata-se de uma série de encontros que alternam oficinas de produção e investigação literária com bate-papos com autores que, por meio da produção literária que mescla ficção e não-ficção, discutem os dilemas do nosso tempo. Em três diferentes eixos: I. A Literatura Urgente; II. A Escrita do Presente; III. Um Jornalismo de Escritores, as atividades se baseiam no trabalho dos autores participantes.

São nove encontros que perfazem uma espécie de oficina de leitura e escrita única sobre um macrotema que é o Laboratório de Fatos e Ficções. O laboratório está dividido em três módulos, de maneira que quem quiser participar apenas de um deles ou de um bate-papo específico, também consegue. Mas o ideal é participar dos nove para que haja a possibilidade de amarrar o conceito da proposta e também realizar os exercícios de escrita de maneira completa. Além disso, o projeto também contempla as rodas literárias que são leituras coletivas aos domingos, às 16h, sobre livros específicos. O tema das leituras coletivas dialoga com o do Laboratório de Fatos e Ficções.

Os encontros serão realizados sempre às quintas-feiras à noite. A participação do publico é gratuita.

Veja abaixo mais informações:

De 13/9 a 22/11, quintas, das 19h30 às 21h30
Sala de Atividades 4. 14 anos.

I. A Literatura Urgente
A literatura sempre foi construída dentro de um enquadre de cuidado e reflexão intensas e não é incomum que o autor defenda o seu papel apenas indireto nas revoluções históricas dos últimos duzentos anos. Existem momentos, contudo, nos quais o papel da literatura se volta para o corpo a corpo próprio ao campo de forças da política. Neste ciclo, não trataremos da dimensão do recolhimento da produção de escritos, mas de sua projeção, curiosidade e presença: a investigação histórica do presente que nutrem a criatividade do autor e as expressões não ficcionais da literatura, o jornalismo literário e o ensaio.

BATE-PAPO – A MARCENARIA LITERÁRIA EM TEMPOS DE CRISE
O escritor, tradutor e doutor em psicologia Tiago Novaes aborda o tema da escrita da ficção e da não-ficção, apresentando a proposta e a dinâmica do Laboratório de Fatos e Ficções.
Dia 13, quinta, às 19h30.
Sala de Atividades 4. Grátis. 14 anos.
Inscrições na Loja do Galpão com a partir de 2h de antecedência.

LITERATURA DE NÃO-FICÇÃO: O JORNALISMO LITERÁRIO E O ENSAIO
Com Tiago Novaes e Reynaldo Damazio, escritores. Atividade que mescla a discussão de referências literárias e propostas de pesquisa e produção textual baseadas na investigação histórica do presente que nutrem a criatividade do autor e as expressões não ficcionais da literatura, o jornalismo literário e o ensaio.
Dias 20 e 27, quintas, das 19h30 às 21h30.
Sala de Atividades 4. Grátis. 14 anos.
Inscrições na Loja do Galpão com a partir de 2h de antecedência.

II . A escrita do presente
Se o primeiro módulo abordou a não-ficção, este segundo ciclo discutirá a incisão da política na produção ficcional dos escritores do presente e dos sintomas sociais de que se ocupam os escritores: das heranças da ditadura militar latino-americana à crise urbana por moradia, da guerra suja partidária nas redes sociais à introjeção de conceitos de eficiência e otimização do tempo no trabalho criativo.

UMA FICÇÃO POSSÍVEL E NECESSÁRIA
Em conversa com o público, Julián Fuks, autor premiado com “A Resistência”, aborda a criação literária atravessada pela urgência dos acontecimentos recentes no Brasil e no mundo. Que ficção é possível e necessária, diante da emergência de acontecimentos históricos que insistem em superar a literatura?

Dia 4/10, quinta, das 19h30 às 21h30.
Sala de Atividades 4. Grátis. 14 anos.
Inscrições na Loja do Galpão com a partir de 2h de antecedência.

SOCIEDADE DO CANSAÇO E DA TRANSPARENCIA: FAKE NEWS, MACROECONOMIA, PÓS-VERDADE
Com o poeta, crítico e ensaísta Reynaldo Damazio. O que é a pós-verdade e e qual é a importância deste conceito na compreensão do nosso tempo? E de se que tratam, a partir da obra do filósofo Byung Chul-Han as noções de sociedade da transparência e do cansaço: da confissão à exposição total, da norma ao imperativo do empreendedor. Neste terceiro e último encontro, serão debatidos os textos desenvolvidos no encontro anterior.
Dias 11 e 25/10, quintas, das 19h30 às 21h30
Sala de Atividades 4
Inscrições no local a partir de 30 minutos antes do início do primeiro dia da atividade.

III. Um Jornalismo de escritores
Na esteira dos outros dois módulos do projeto, o último se dedicará a refletir acerca das participações ativas dos autores do passado e do presente em suas conjunturas sociais particulares. Existirá alguma visada formal particular que distinga um jornalismo de escritores de um outro? Ou será justamente a presença desta visada? Das crônicas de Fernando Sabino e Nelson Rodrigues, passando pelas reflexões de Julio Cortazar, até a prosa engajada de Amara Moira e Eliane Brum, vamos pensar um ou muitos jornalismos de escritores.

LITERATURA ENGAJADA E O LUGAR DA FALA NA CRIAÇÃO LITERÁRIA
Conversa com a escritora e pesquisadora em teoria literária Amara Moira sobre a literatura engajada, a escrita de testemunho e denúncia voltada para os canais de imprensa digital e as implicações do lugar da fala na criação literária. A ideia do encontro é apresentar tema do segundo eixo do laboratório em um debate sobre a escrita feita por autores de ficção que se utilizam de recursos narrativos das obras literárias para apresentarem um testemunho. Mediação de Reynaldo Damazio.
Dia 1º/11, quinta, das 19h às 21h30
Sala de Atividades 4
Grátis – Retirada de ingressos na Central de Atendimento com 2 horas de antecedência.

LITERATURA E POLÍTICA: REVOLUÇÕES FORMAIS E ENGAJAMENTOS HISTÓRICOS
Com o poeta, crítico e ensaísta Reynaldo Damazio. Debatendo as produções individuais dos participantes do primeiro encontro, a oficina abordará o debate diaspórico dos escritores nos tempos ditatoriais da América Latina no século XX e de suas buscas por uma literatura que rompa as fronteiras nacionais e formais. A partir das discussões, o coordenador proporá um exercício específico de produção autoral, a ser lido e debatido no encontro seguinte.

Dias 8 e 22/11, quinta, das 19h30 às 21h30
Sala de Atividades 4
Inscrições no local a partir de 30 minutos antes do início do primeiro dia da atividade.

Roda Literária

Clube literário semanal que promove encontros, troca de textos e rodas de conversa. A cada encontro, um novo convidado compartilha suas impressões de um livro sugerido pelo Sesc.

A HISTÓRIA DOS MEUS DENTES
Com Paloma Vidal, filósofa e escritora. A partir de um convite realizado por uma galeria de arte, a autora mexicana Valeria Luiselli resolve propor um experimento literário que envolve os funcionários de um grupo corporativo cuja principal empresa é uma fábrica de sucos, no qual envia as partes de sua obra e recebe as devolutivas enquanto a constrói.
Dias 23 e 30/9. Domingos, das 16h às 18h.
Biblioteca. Grátis.

OPERAÇÃO MASSACRE
Com Reynaldo Damazio, poeta, crítico, ensaísta e professor de literatura. “Operação Massacre” é uma obra monumental que, investigando um fuzilamento de civis, acaba por desenredar operações secretas do governo ditatorial que depôs Juan Domingo Perón em 1952. Escrita pelo argentino Rodolfo Walsh, a reportagem emprega técnicas narrativas de ficção policial e inaugura o jornalismo literário na Argentina.
Dias 14, 21 e 28/10.
Domingos, das 16h às 18h.
Biblioteca. Grátis.