.Por Lúcia Helena Issa.
As milícias fascistas eram chamadas de “fascio” , uma espécie de feixe com vários gravetos de madeira que, juntos, podem fazer uma fogueira, segundo uma das metáforas usadas na época. O movimento dos “fascio” passou a ganhar força quando a Milizia Volontaria per La Sicurezza passou a agredir as pessoas em passeatas. Os agressores eram chamados de Camicie Nere, Camisas Negras, em homenagem aos “arditi”, que usavam uniformes negros, e agiam em nome do anticomunismo, do antipacifismo e do ” nacionalismo”.
Os Camisas Negras atacavam mulheres, jovens, espancavam grevistas, intelectuais críticos ao fascismo, membros das ligas camponesas e de qualquer grupo que pensasse de forma diferente dos fascistas.
Poucas pessoas sabem que bem antes da II Guerra, os “fascios” foram responsáveis pelo assassinato de 600 italianos, enquanto a polícia italiana se omitia ou se recusava a fazer algo. Essas milícias, no início, usavam porretes e chicotes ao invés de armas, pois seu objetivo era humilhar seus inimigos e não matá-los.
A semelhança entre o MBL e outros grupos como os que atacaram mulheres que estavam participando de uma caravana política, com os jovens fascistas italianos da década de 30 é assustadora. Os Camicie Nere queriam impedir as pessoas de circularem livremente pelo território italiano. As milícias que atacam no Brasil também. [Filósofo e Educador já deu uma aula sobre o fascismo.]
Os Camicie Nere odiavam os trabalhadores rurais, os jovens de esquerda e os membros das Ligas Camponesas. Os que atacaram no sul do Brasil também. Os fascistas italianos tiveram o apoio de policiais e, mais tarde, do próprio Mussolini. Os que agrediram mulheres no sul do Brasil tiveram o apoio dos policiais e de uma senadora da República.
Vivendo em Roma, pude entrevistar pessoas que perderam seus pais durante o Fascismo e centenas de mulheres que lutam para que a história jamais se repita e o ódio não seja adubado.
Recentemente, o Facebook fechou uma página italiana chamada ” Giovani fascisti italini” ( Jovens Fascistas Italianos), que tinha como objetivo alimentar o ódio e como membros jovens de extrema direita e dois senadores que os apoiavam. Recentemente, o Facebook brasileiro fechou uma página ligada ao MBL, por criar notícias falsas sobre a vida de Marielle Franco e por alimentar o ódio. (Do Facebook de Lúcia Helena Issa)