A data é significativa porque lembra um dos maiores rebeldes negros do Brasil, Zumbi dos Palmares, que morreu no mesmo dia no ano de 1695, há mais de 300 anos.
O projeto, defendido arduamente pela Associação Comercial e Industrial de Americana tinha sido barrado no último mês de junho, mas agora foi aprovado. O Dia da Consciência Negra deixa de ser comemorado no dia 20 e passa para o terceiro domingo de novembro.
O argumento é de que este feriado durante o meio de semana traz perdas para o comércio. Coincidência ou não, em reunião um mês antes, em que os representantes de lojistas decidiram o horário especial do comércio, não havia um único negro na reunião (veja imagens no site da ACIA).
De autoria do prefeito Omar Najar (PMDB), o texto teve dez votos favoráveis e oito contrários. Votaram pelo fim da comemoração no dia 20 de novembro os vereadores Gualter Amado (PRB), Guilherme Tiosso (PRP), Marschelo Meche (PSDB), Judith Batista (PDT), Kim (PMDB),Luiz da Rodaben (PP), Otto Kinsui (PMDB), Pedro Peol (PV), Rafael Macris (PSDB) e Thiago Martins (PV).
Na mesma cidade de Americana, coincidentemente ou não, a marca de roupa Zara foi flagrada utilizando trabalhadores em condições semelhantes às condições de trabalho escravo.
Em Santa Bárbara D’Oeste, cidade que tem o perímetro urbano colado ao de Americana, tem uma festa anual para comemorar os racistas dos estados do Sul dos Estados Unidos.
A festa, que aconteceu em abril deste ano, foi a 29ª Festa Confederada. Ela relembra os estados derrotados e que defendiam escravidão negra nos EUA. Segundo os organizadores, a festa é para “manter viva a memória dos nossos ancestrais” – ou seja, os confederados que, depois de derrotados nos sul dos Estados Unidos, vieram procurar abrigo no Brasil, onde ainda havia escravidão.
Parece que Americana também quer manter viva a memória dos ancestrais.