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Barcelona das obras de Antoni Gaudí e as praias da tranquila El Masnou

Em Barcelona, a viagem começou na encantadora El Masnou, uma cidade que fica a 30 minutos de trem de Barcelona. Isso foi reconfortante depois da longa viagem de Marselha. Escolhemos o local devido aos altos preços dos hoteis em Barcelona e não nos arrependemos. É um lugar bonito, pacato e na beira da praia. Chegamos na Estacão Sants de Barcelona e já pegamos um trem para Masnou. O trajeto de boa parte da viagem de 30 minutos é na orla da praia. A estrada de ferro passa à beira mar.

O Hotel Torino é um pequeno e familiar hotel. E isso ficou bem marcado para nós, visto que passamos por lá em um final de semana. Ao chegar de noite dos passeios de Barcelona encontrávamos senhoras e senhores mais velhos reunidos jogando baralho na entrada do hotel ou mesmo batendo papo e comendo aperitivos. Um clima bem gostoso.

O Hotel é confortável, mas o preço mesmo fora de Barcelona foi salgado. Isso porque escolhemos um dos mais baratos que encontramos e precisou ser fora de Barcelona. Com imposto, foram 72 Euros por noite. Foi o Hotel mais caro que ficamos, mas não o melhor. A internet era boa, mas também sem café da manhã, que tomávamos na avenida beira mar antes de pegar o trem para Barcelona.

O primeiro passeio em Barcelona foi no Parque Guell, que tem construções ao ar livre e as belas cerâmicas planejadas pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí. O parque fica em um lugar bem alto de Barcelona.  Para quem chega de transporte público, próximo a uma das entradas, existe até escadas rolantes na rua para subir até o parque. Mas há outra entrada para quem vai de carro ou de ônibus, que é a entrada principal.

O parque é grande e entramos pela entrada das escadas rolantes. Colado ao parque, há uma casa. Nela estava acontecendo uma festa, até com banda ao vivo. Ao subir umas escadas da entrada do parque, dava para ver as pessoas e a banda no terraço da casa.

Uma plaquinha indicava que era uma festa em solidariedade à Tanzânia. Não tivemos dúvida, entramos na festa para comer e beber algo. Uma festa aberta, mas o pessoal parecia se conhecer, pelo menos a maioria.

Ao comprar um ‘refresco’, como chamam os refrigerantes na Espanha, acabamos conhecendo um jovem espanhol que nos atendeu e deu umas dicas de Barcelona. Trocamos algumas ideias, em espanhol é mais fácil, e ele nos convidou para ver a vista exclusiva da casa que fica colada no Parque Guell. E começou a contornar a casa e nós o seguimos.  E valeu a pena. Atrás do local da festa, uma pequena varanda dava vista para toda Barcelona. Depois seguimos para o interior do parque.

O parque tem uma parte aberta e outra com ingresso. Como limitam o número de turistas na parte paga, tivemos que esperar algumas horas porque só havia ingresso para mais tarde. O certo é comprar o ingresso antecipado no site do parque.

Do Parque Guell percorremos a pé as ruas até a famosa Catedral da Sagrada Família, que também recebeu a arquitetura orgânica de Gaudí inspirada nas formas da natureza.  Continuamos a pé percorrendo vários prédios espalhados por Barcelona com sua assinatura singular.

Outro passeio que fizemos foi ir de VLT (tram) para a parte mais moderna da cidade e a área construída para as Olimpíadas, que fica à beira mar. Tivemos que nos afastar um pouco da orla para comermos um menu por 22 euros, em um bar/restaurante de orientais. Entrada, paella, uma garrafa de vinho e sobremesa. Completo. Não foi lá aquelas coisas, mas matou nossa fome e deu para ficar alegre com o vinho.

Andamos muito de metrô no período do calor e dentro do metrô que tem conexões e ligações extensas entre as linhas. O bafo quente do metrô contrastava com o clima ameno da cidade. Também visitamos o Museu Nacional da Catalunha  que impressiona pela organização, infraestrutura e pelo incrível acervo que inclui diversas obras importantes do Art Nouveau, entre elas objetos, cerâmicas, vitrais, móveis, cartazes e as famosas ilustrações das figuras femininas fluidas, floridas e sensuais de Alphonse Mucha.

Tivemos um gasto extra que nos deixou muito cansados. Vimos um anúncio de passeio para Montserrat em placas do metrô e decidimos ir, mas não sabíamos nada sobre o passeio.

Compramos o bilhete e entramos no trem. Foi aí que vimos a encrenca. Percebemos que o local era muito longe, em outra cidade e ia demorar para chegar. Ficamos 1h10 no trem só para chegar na parte baixa de Montserrat. Depois, mais meia hora de cremalheira.

No caminho de trem, conversamos com duas senhoras, com mais de 80 anos, que estavam fazendo turismo assim como a gente. Bem arrumadas, batom, brinco e maquiagem. Uma usava chapéu. Muito chique. De lá, as duas seguiriam para outros países. Orra! Eu super cansado. Foi na conversa com elas que percebemos também que o local é parte do roteiro de turismo religioso.  De acordo com uma lenda, uma imagem da Virgem foi descoberta no ano de 880 na Gruta Santa, e deste então Montserrat tem sido associado à espiritualidade.

Tá certo, o local é lindo. Fica em uma montanha muito alta. Lá em cima tem uma vila totalmente turística, com restaurantes, lojas e mirantes. Abriga também o Mosteiro do Montserrat, beneditino, dedicado à Virgem de Montserrat.

Passeamos e tiramos boas fotos,  mas ficamos extremamente cansados com a volta. Mais 1h10 até Barcelona e depois ainda teríamos de seguir mais 30 minutos para Masnou.

Para não seguir direto para Masnou, paramos no centro para ver outros monumentos de Gaudí, como a colorida Casa Batlló. Resolvemos pedir informação para um policial que caminhava em dupla pelo Centro. Ele abriu um sorriso e nos informou. Fiquei espantado. No Brasil, geralmente o policial põe a mão na arma para te dar informação ao ver que você vai se aproximar, tamanho o clima de guerra e tensão social do Brasil, gerado pela desigualdade econômica.

Durante os passeios por Barcelona usávamos o Metrô, que corta toda a cidade. Chegávamos à noite em Masnou e, após um bom banho, íamos a uma pizzaria próxima do hotel. Lá gastávamos cerca de 7,5 euros por pessoa, com direito a chopp e pizza. Ao final, Barcelona pareceu ser uma das cidades mais felizes da Europa, talvez pelo clima de final de verão.

De Barcelona, seguimos para Madrid com a Renfe, na classe turística, por 68 Euros. Ótimo trem e com exibição de filme durante a viagem, que durou cerca de 2h30 até a Estação de Puerta Atocha. (Por Tião Braskaville)

Próximo destino: Madri.

Para ver o início dessa viagem e todas as cidades, vá a Um roteiro de 40 dias viajando bem barato pela Europa
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