De Barcelona, chegamos à estação Porta Atocha, de Madri. Lá recebemos ótimo atendimento ao chegar no centro de informações. A moça que nos atendeu deu dicas, mapa e orientação com toda calma. Isso nos pareceu um pouco o clima da capital da Espanha.

Mas ao chegar à Hostal Nersan 2, tivemos o primeiro problema com hospedagem. O atendente do hotel tentou nos dar um golpe. Pensa que é só no Brasil que tem golpistas? Ele falou que a reserva havia sido cancelada porque não havia sido feita a cobrança. Mas em nossa reserva, feita no Hoteis.com, estava tudo certo e dizia que pagaríamos o hotel no check in e não antecipadamente.

Como até agora, não tínhamos tido nenhum problema, estranhamos. Então, perguntamos ao atendente se ele tinha um quarto para alugar. Sim, ele tinha e nos mostrou.  O valor seria 10 Euros a mais e teria que ser em dinheiro. Achei estranho, mas tudo bem.

Mas escapamos do golpe por um detalhe. Antes de pagar, disse que precisava da nota fiscal. Depois desse pedido, o atendente começou a recuar. Disse que cobraria o valor normal de 40 Euros por noite e poderia pagar com o cartão de crédito. Enfim, tudo como deveria ter sido desde o começo e como foi planejado. Evitamos um golpe de 10 euros, mas não o inconveniente.

A Hostal Nersan 2 fica não muito distante do centro de Madrid. Dá para ir a pé se tiver disposição e tempo. Também fica a uns 400 metros de uma estação de metrô. O quarto que ficamos é ótimo e totalmente reformado, novo, piso de madeira, ducha e box de vidro. A cama também era muito boa. Da janela do quarto, avistávamos uma praça.

Com toda a enrolação da Hostal Nersan 2, acabamos saindo de noite e seguimos a pé até a Praça Maior. Na primeira noite, esfomeados, entramos em um fast food com pratos prontos de diversos tipos. Os pratos ficam embalados em uma prateleira e basta esquentar se quiser: risotos, carnes, frango, macarrão etc. Fizemos o rango ali mesmo por 7 Euros por pessoa. A comida foi razoável, mas não recomendo. Eles têm uns fornos de microondas para esquenta a comida. Quanod esquentamos o ravioli saiu aquele cheiro de ração de cachorro. Sabe quando você joga água quente na ração e sai aquele aroma…. Mais ou menos isso. Não foi muito apetitoso.

Em Madrid, tivemos a certeza de que o país vive um bom momento apesar da crise econômica dos últimos anos. Pareceu-nos um dos países mais felizes e menos alucinados pela correria das metrópoles.  O surgimento de novas forças política como o Podemos, as ocupações das praças dos anos anteriores, tudo isso parece ter sufocado um pouco o fascismo do período franquista.

Tivemos a certeza de que não estávamos em uma terra de bolsonaros e seus asseclas fascistas ao pedir informação para um policial na região movimentada do centro de Madrid. Assim que nos dirigimos ao policial, ele nos bateu continência e se colocou a disposição para ajudar. Até assustamos. Sim! O policial nos bateu continência, bateu continência para cidadãos estrangeiros! Que loucura. Depois do sorriso do policial de Barcelona, agora a continência em Madrid.

Em resumo, aqui na Espanha os policiais não estão na pilha como loucos para matar ou morrer diante de um suspeito qualquer. Realmente, não estamos na terra da bancada da bala que, para manter a desigualdade brasileira, impõe a guerra urbana para os policiais e o terror para a população. Depois dessa, seguimos felizes e despreocupados pelas ruas de Madrid.

Um passeio que vale a pena é o Mercado de San Miguel de Madrid, que fica próximo a Praça Maior. É muito bonito ver todas aquelas porções gourmet, lindas nas vitrines das bancas do mercado. É lotado de turistas. As bancas trazem vários tipos e preços de salgados, frutos do mar, frios e doces em pequenas porções e dá para experimentar alguma coisa. Do lado de fora, dezenas de pedintes interpelando os turistas e muitas vezes sendo expulsos de dentro do mercado pelos seguranças.

Uma das grandes descobertas baratas ainda em Madrid foi o 100 Montaditos. Um dos melhores fast foods que já fomos e com preços que realmente amamos. O 100 Montaditos tem basicamente saladas, porções de batata e os mini sanduíches que são os chamados ‘montaditos’. São dezenas de sabores. Ficamos um pouco confusos na primeira vez e só pedimos a salada. Só 3,5 euros uma salada bem servida e gostosa. Normalmente nos restaurantes a salada custa em torno de 7 euros. A decoração com fotos em preto e branco é um detalhe bem legal.

Em Madrid, deixamos para ir no Museu do Prado às 18h, porque a entrada era de graça. Mas a dica é chegar exatamente às 18h porque ele fecha exatamente às 20h. Assim, você terá pelo menos duas horas para ver as obras. Se gostar muito de obras de arte e não quiser pagar ingresso, terá de ir pelo menos dois dias, porque tem muita coisa.

Uma das obras que pode ser vista no Museu é o conhecido quadro As Meninas, de Velázquez. Ver a obra de perto é uma experiência que não se esquece, não só pela grandiosidade da pintura, como também pela sensação de estar sendo olhado por todos aqueles personagens enigmáticos representados.

A Maja Nua e A Maja Vestida, de Francisco de Goya, também estão no Museu do Prado. Assim como o quadro de Velázquez, as pinturas de Goya nos capturam a partir dos olhos negros da bela figura feminina deitada.

De Madrid seguimos para Sevilha com trem da Renfe, ótimo, sem problema, com filme e lugares numerados. A viagem demorou 2h20 e saiu por 35 Euros. (Tião Braskaville)

Próximo destino: Sevilha

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