De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, os policiais invadiram a fábrica pelos fundos, e a PM usou até helicópteros para que policiais descerem de rapel. A violenta ação da PM arrancou os trabalhadores da fábrica, que tiveram de deixar todos os seus pertences para trás.
“O Oficial de Justiça, agindo de maneira autoritária e abusiva, impediu o Sindicato e seus advogados de acompanhar o ato de reintegração como forma de impedir abusos e violências contra os trabalhadores e o patrimônio da empresa por parte da Polícia. Outro abuso cometido pela Oficial de Justiça foi o de realizar o ato de reintegração em um domingo, às 14 horas, após o fim do expediente do judiciário, inviabilizando qualquer tentativa de os advogados do Sindicato conseguirem algum mandado judicial que impedisse a reintegração. Um advogado do Sindicato, ao tentar dialogar com a Oficial, foi atingido no rosto por um jato de gás de pimenta jogado pela PM”, divulgou o Sindicato.
A reintegração pegou de surpresa os trabalhadores porque sendo negociada com a Justiça de Hortolândia, que em conversa com o Sindicato iria aumentar o prazo para saída dos trabalhadores e a não utilizar força policial para realizar a reintegração.
A mesma agilidade da Justiça não ocorre para o pagamento dos direitos dos brasileiros que trabalhavam na fábrica que pertence a uma empresa multinacional mexicana. No dia 12 de fevereiro, a Mabe, que fabrica fogões e geladeiras, decretou falência. Desde então, não paga os funcionários das unidades de Campinas e Hortolândia que foram demitidos e não receberam salários nem direitos trabalhistas
Além da PM, a empresa colocou cerca de 50 seguranças privados dentro da fábrica. Dentro da fábrica, além dos pertences dos trabalhadores, ficaram alimentos e leites recebidos de doações, que seriam entregues a gestantes de Hortolândia, de acordo com os metalúrgicos.
O Sindicato afirmou que não vai admitir tamanha truculência e desrespeito aos direitos dos trabalhadores e vai permanecer, se não dentro, na portaria da fábrica para garantir o direito de todos os companheiros.
“Não vamos permitir que o golpe da Mabe seja concretizado. Continuaremos acampados na portaria, impedindo a entrada e saída de caminhões e o funcionamento das fábricas conforme quer o administrador da massa falida, ou seja, mantendo a falência, mas operando com outro CNPJ”, divulgaram.