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Delcídio do Amaral

Em suposto acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria acusado o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva de comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras e também delator da Lava Jato, e de outras testemunhas.

Segundo a revista IstoÉ, a delação do senador tem mais de 400 páginas e também teria acusado a presidente Dilma Rousseff de usar sua influência para evitar a punição de empreiteiros investigados na operação. A delação ainda terá de ser homologada por Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com a matéria sobre esta possível delação, Dilma tentou interferir na Lava Jato com a ajuda do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A nomeação de Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça seria uma das tentativas de interferir na operação e “tentar promover a soltura de réus presos da referida operação”.
Delcídio teria citado outros senadores e deputados, tanto da base aliada quanto da oposição. O senador ficou quase três meses preso, após ser gravado por um filho de Cerveró tramando a fuga do ex-diretor da Petrobras. Ele foi solto no último dia 19.
Débora Bergamasco, de Curitiba
 Pouco antes de deixar a prisão, no dia 19 de fevereiro, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. ISTOÉ teve acesso às revelações feitas pelo senador. Ocupam cerca de 400 páginas e formam o mais explosivo relato até agora revelado sobre o maior esquema de corrupção no Brasil – e outros escândalos que abalaram a República, como o mensalão.
Com extraordinária riqueza de detalhes, o senador descreveu a ação decisiva da presidente Dilma Rousseff para manter na estatal os diretores comprometidos com o esquema do Petrolão e demonstrou que, do Palácio do Planalto, a presidente usou seu poder para evitar a punição de corruptos e corruptores, nomeando para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato.
O senador Delcídio também afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações – inclusive sendo o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas. O relato de Delcídio é devastador e complica de vez Dilma e Lula, pois trata-se de uma narrativa de quem não só testemunhou e esteve presente nas reuniões em que decisões nada republicanas foram tomadas, como participou ativamente de ilegalidades ali combinadas –a mando de Dilma e Lula, segundo ele.
O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quinta-feira, 3, não ter conhecimento se o senador Delcídio Amaral (PT-MS) fez acordo de delação premiada. “Não sei nem se ele fez delação… Ele vai fazer?”, ironizou. Janot afirmou ainda aos jornalistas que não discute “ato jornalístico, que não é jurídico”.  Se tivesse havido delação, ela teria sido feita à Procuradoria Geral da República, uma vez que Delcídio é parlamentar e tem foro privilegiado.  (Do GGN com informações do 247)