Por Luana Freire

foto Luana Freire
Antonio Carlos de Almeida Castro –

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, não dispensa criticas sobre a atuação do juiz Sérgio Moro que tem recebido elogios na grande mídia pela condução do processo da Lava Jato.

O criminalista diz considerar Moro um juiz midiático. “Ele é competente, mas a mídia o transformou em verdade absoluta e isso é um mal para a justiça”, desabafa o advogado que em 2008 conseguiu no STJ (Superior Tribunal de Justiça) a anulação das escutas telefônicas determinadas por Sergio Moro no caso do grupo Sundown. Segundo ele, Moro é um “juiz de exceção” e “juiz de exceção só existe em país onde tem ditadura instalada”. Veja diferença entre Lava Jato e Zelotes.

Outro problema apontado por Kakay é o fato de que durante o processo os advogados criminais encontram dificuldades para ter acesso ao cliente. “Meu ex-cliente, Alberto Youssef, foi preso no processo do Lava Jato e tive que defendê-lo sem acesso ao processo.  Isso é inacreditável, porque a coisa mais importante para um cliente é ser ouvido e não se pode fazer mais isso”. Para o advogado, o direito de defesa que vivemos hoje é uma simulação e a escolha de um profissional que já passou por essas situações iria mudar esse cenário durante julgamento, segundo ele, “No Brasil existe uma necessidade de aprimoramento na democracia”.

Considerado o protetor dos poderosos, Kakay é um dos mais conhecidos advogados de Brasília. Na primeira fase da operação Lava Jato, fez a defesa do doleiro Alberto Youssef, mas desistiu por discordar que seu cliente colaboraria com a delação premiada. O criminalista também foi responsável por intervir a favor da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), do ex-ministro e senador, Edison Lobão (PMDB-MA), e do também senador Aécio Neves (PMDB-MG).

Kakay também não hesita em elogiar a escolha de Luiz Edson Fachin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “A escolha de um jurista como Fachin vai fazer uma grande diferença nos processos com relação investigações, ele é um ótimo profissional e muito querido por todos”, afirma.

Luana Freire é graduanda de Jornalismo na PUC-Campinas e participante do Projeto Repórter do Futuro