Por Regis Mesquita

petrobrasO desenvolvimento de tecnologia está permitindo à Petrobras sair da crise política e financeira. A diretora da Petrobras, Solange Guedes, comunicou que o custo de extração do petróleo do pré-sal está atualmente em U$ 9 e que tende a cair ainda mais.

“Se considerarmos que duas unidades de produção ainda não estão produzindo com sua capacidade total, o custo de produção será menor ainda. A eficiência operacional em torno de 92% contribuiu significativamente para atingirmos estes baixos custos”, afirmou. A declaração foi dada em Houston, EUA, durante a Offshore Technology Conference (OTC). “Para conquistar o pré-sal nós investimos intensamente em tecnologia”, disse a diretora.

Nesta conferência a grande premiada foi a Petrobrás, que recebeu o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions”. Este é o prêmio mais importante do mundo no setor de Offshore (exploração no mar, no caso brasileiro).

Dia 11 de maio, a empresa comunicou a extração 800 mil barris de petróleo usando as tecnologias desenvolvidas para extrair petróleo de águas ultra profundas. Para o Brasil, estes resultados são a certeza de que é viável e extremamente lucrativo extrair este petróleo.

Segundo informações divulgadas pela empresa, somente as áreas conhecidas do pré-sal possuem um potencial estimado de 35 bilhões de petróleo e gás. O valor deste patrimônio do povo brasileiro está estimado em mais de R$ 10 trilhões. Tamanha quantidade de dinheiro envolvido e a certeza de grandes lucros (propiciados pelas novas tecnologias) provocou o aumento da disputa política e econômica sobre o destino deste dinheiro. Quem vai explorar o pré-sal? O modelo de extração deve ser modificado? Alguns políticos da oposição querem que empresas estrangeiras substituam parcialmente a Petrobras neste tipo de exploração.

A Petrobras desenvolve tecnologia única no planeta. O custo de desenvolvimento é altíssimo, o risco da inovação é muito grande (se der errado perde-se centenas de bilhões de dólares). Agora que está tudo dando certo, a Petrobras será colocada em segundo plano, como querem interesses políticos e econômicos? Se isto acontecer, quem vai desenvolver as próximas gerações de tecnologias? Os empregos, com ótimos salários, serão direcionados para outros países? A cadeia de produção de trilhões de reais serão predominantemente estabelecidas no exterior?

Empresas estrangeiras possuem bilhões de dólares para influenciar a opinião pública de países. Buscam aliados políticos e na imprensa. Uma notícia tão importante como o baixo custo de produção do pré-sal foi praticamente escondida do povo brasileiro. A altíssima lucratividade e a eficiência das novas tecnologias de exploração são a certeza de que uma grande fonte de renda poderá ser usada para melhorar a vida dos brasileiros. Como sempre, onde existe dinheiro, existem pessoas e empresas querendo tirar proveito sem correr riscos e com certeza de lucros altíssimos.

A estratégia da empresa brasileira é continuar investindo pesadamente em desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias. “Continuaremos impulsionando a inovação. Mais do que nunca, precisamos de tecnologia orientada para otimização”, diz a diretora Solange. A continuidade deste esforço está diretamente relacionada com a possibilidade de usar esta tecnologia em um maior número possível de áreas de exploração.

O desafio da tecnologia é o ganho de escala; ou seja, o custo de desenvolvê-la para ser usada em apenas um poço ou em centenas é o mesmo. Portanto, o maior risco para o desenvolvimento tecnológico é a empresa perder a garantia de que pode investir em tecnologia que terá o ganho de escala garantido pela lei. A cadeia de produção brasileira também precisa desta garantia. O que está em jogo são milhares de empregos com ótimos salários, bilhões em exportações de equipamentos e para a educação e a certeza de que quem correu risco ao desenvolver o pré-sal será recompensado.

Veja novas tecnologias da Petrobras em vídeo e infográficos dinâmicos da empresa.

Confira as 10 soluções tecnológicas premiadas:

1 – Primeira boia de sustentação de risers (BSR) – Boia que sustenta as tubulações que conduzem o petróleo ou o gás do poço no fundo do mar até a plataforma, aliviando a carga sobre esta. Permite a instalação dos risers antes mesmo da chegada da plataforma de produção.

2 – Primeiro riser rígido desacoplado em catenária livre – steel catenary riser (SCR) – Tubulação rígida que leva o petróleo ou gás do poço às plataformas de produção.

3 – Mais profundo steel lazy wave riser (SLWR), a 2.140m – Outro tipo especial de tubulação por onde passa a produção de petróleo e gás dos poços até a plataforma, também instalada em águas mais profundas.

4 – Mais profundo riser flexível, a 2.140m – Tubulação que transfere o petróleo ou gás dos poços no fundo do mar para as plataformas de produção. Esta é a tubulação flexível em maior profundidade de água já instalada.

5 – Primeira aplicação de risers flexíveis com monitoramento integrado – Sistema que monitora em tempo real, pela primeira vez na indústria e através de fibras ópticas, a integridade da tubulação flexível que transfere óleo e gás do poço até a plataforma.

6 – Maior profundidade de água (2.103m) onde foi perfurado poço utilizando a técnica de pressurized mud cap drilling (PMCD) em sonda de posicionamento dinâmico – Poço em águas mais profundas já perfurado com a utilização desta técnica que é mandatória em cenários de perda severa de circulação durante sua construção.

7 – Primeiro uso intensivo de completação inteligente em águas ultraprofundas – Esta tecnologia permite a otimização do gerenciamento dos reservatórios, garantindo a seletividade de dois ou mais horizontes produtores atravessados pelo poço.

8 – Primeira separação de CO2 associado ao gás natural em águas ultraprofundas – 2.200 m – com injeção de CO2 em reservatórios de produção – Esta tecnologia permite separar o CO2 do petróleo e do gás natural, reinjetando-o nos reservatórios através de poços especiais, chamados poços de injeção, visando aumentar a produtividade dos poços.

9 – Mais profundo poço de injeção de gás com CO2 – 2.200m de lâmina d’água – Com esse poço a Petrobras bateu o recorde de profundidade de poço para injeção de CO2, visando evitar a emissão de CO2 e elevar a produção de petróleo e gás natural.

10 – Primeiro uso do método alternado de injeção de água e gás em águas ultraprofundas – 2.200m – A injeção de água e gás é utilizada para aumentar a produtividade dos reservatórios de petróleo e gás, mantendo-os pressurizados.

(Com informações da Petrobras e do Blog Tijolaço)