Por Cida Sepulveda
Às vezes, tantas vezes, o poema me falta
A poesia fica apertada no peito, pede uma verdade
Uma amostra de sangue fresco, de perfume silvestre
Coisas do arco da velha, da imaginação açucarada
Eu sou tão rudimentar, meu Deus, me alivia
Desta hora, do besteirol que vaza das bocas
E me enche a cabeça de dor e frustração
Olho o passado, não estou mais lá
Olho o futuro, mas antes que eu o decifre
O avião cai de mil alturas nos Alpes Franceses
E o meu olhar pasma, quase morre na tela da TV
Vem a realidade, bate nos meus pés estirados
Sobre o braço do sofá arranhado de gato
Então, penso na felicidade de viver assim
De pouco em pouco, catando grãos de felicidade
Que o mundo não me dá, que eu invento.
Porque felicidade é invenção, né, Mané!
26/03/15