O tempo passou, estou chocada.
Lá fora, o mundo não para, não liga.
Doses de nostalgia e indiferença me apagam.
Escrevo por hábito.
O hábito me mantém acordada.
Sem ele, me mortifico.
Céu sem estrelas, coração de noite úmida.
Cada palavra é um mistério.
Ou apenas casca de ferida.
A quem importa a poesia?
A felicidade de noites vagas?
Ouço a escuridão atrás da porta.
Onde a alma se compõe:
dor e fantasia.
31/12/2014