noturno2015

O tempo passou, estou chocada.

Lá fora, o mundo não para, não liga.

Doses de nostalgia e indiferença me apagam.

Escrevo por hábito.

O hábito me mantém acordada.

Sem ele, me mortifico.

Céu sem estrelas, coração de noite úmida.

Cada palavra é um mistério.

Ou apenas casca de ferida.

A quem importa a poesia?

A felicidade de noites vagas?

Ouço a escuridão atrás da porta.

Onde a alma se compõe:

dor e fantasia.

 

31/12/2014