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Itinerância das obras premiadas no 18º Sesc Videobrasil terá artistas do Mali e Paquistão

Será aberta no próximo dia 29 de julho, às 19h, no Sesc Campinas, a Itinerância das obras premiadas no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. A abertura apresentará ao todo 14 obras contempladas com prêmios e menções honrosas, além de contar com a participação de três artistas, dois deles vindos do Mali e Paquistão. Basir Mahmood (Paquistão) e Bakary Diallo (Mali) participarão de uma conversa aberta com o público sobre o tema “Construção de identidade: Memória e Fantasia”, onde eles falarão sobre sua produção, abordando os limites da ficção e da influência das memórias pessoais e de questões afetivas na construção de narrativas históricas não hegemônicas. A mediação do encontro entre estes artistas fica a carga de Júlia Rebouças, uma das curadoras da mostra competitiva dessa edição do Festival.

Pipe Dreams, de Ali Cherri (Líbano)

Já o brasileiro Luiz de Abreu reencena, às 20h, a performance O Samba do Crioulo Doido, contemplada com o Grande Prêmio dessa edição. No centro da ação performática, é colocada a discriminação racial e sua incidência no corpo negro. A partir de elementos associados ao negro brasileiro – samba, carnaval e erotismo – e de referências à Pátria branca, o artista cria imagens que falam de racismo, de transgressão como forma de resistência e da importância do corpo na construção da identidade.

Além dos trabalhos de Luiz de Abreu, Bakary Diallo e Basir Mahmood, outras onze obras premiadas, entre vídeos e videoinstalações, fazem parte da Itinerância em Campinas: Funfun, de Ayrson Heráclito (Brasil); Domésticas, de Gabriel Mascaro (Brasil); Journey to a Land Otherwise Known, de Laura Huertas Millan (Colômbia); We Are One, de LucFosther Diop (Camarões); The Sun Glows Over the Mountains, de Nurit Sharett (Israel); Pipe Dreams, de Ali Cherri (Líbano) e Sergio e Simone, de Virgínia de Medeiros (Brasil) -, além das quatro menções honrosa, Rabeca, de Caetano Dias (Brasil); Brisas, de Enrique Ramirez (Chile); 9493, de Marcellvs L. (Brasil); eMotherland, de Sherman Ong (Malásia).

Junto com estes trabalhos, vão estar à disposição do público no espaço expositivo quatro terminais de computadores para acesso a conteúdos digitais. Neles, será possível consultar a Videoteca VB, com cerca de 1.300 obras do Acervo Videobrasil; assistir aos vídeos do Canal VB, seção audiovisual do site da instituição, onde são exibidos os programas da série Videobrasil na TV, registros de encontros de Programas Públicos, entrevistas e depoimentos de artistas, curadores e convidados, além de making of e registros de performances que aconteceram nas dezoito edições do Festival. Nos terminais será possível acessar ainda a PLATAFORMA:VB, ferramenta online para pesquisa e experimentação em arte, na qual depoimentos e relatos dão voz aos artistas, possibilitando um maior entendimento sobre o processo de elaboração dos seus trabalhos e suas referências, com acesso a fotos e vídeos que eles mesmos selecionaram pela importância em suas pesquisas criativas.

Funfun, de Ayrson Heráclito (Brasil)

Como parte dos Programas Públicos que farão parte da Itinerância, haverá também a participação de moradores de Campinas em vídeos e performances.

A performer e diretora de artes cênicas Carolina Mendonça e o curador, arquiteto e urbanista Paulo Miyada repetem a estratégia de sucesso das ações de ativação dos conteúdos da exposição, sugerindo novos textos e interpretações, e gerando assim novos produtos – no caso, uma performance e um curta-metragem. Em comum, as propostas de Paulo e Carolina provocam encontros e reflexões sobre a relação do público com a exposição e suas obras, com participação de residentes de Campinas selecionados a partir de convocatórias públicas.

No dia 18 de setembro, a partir das 20h, Paulo Miyada exibe no Espaço Educativo Mixtape: Videobrasil Campinas seguido de  conversa com o público. No curta filmado no ambiente da exposição, Paulo Miyada usa o vídeo para construir uma narrativa que incita o público a lançar novos olhares sobre as obras da Itinerância em Campinas. A proposta é fazer uma reflexão crítica sobre a arte a partir da perspectiva das obras da exposição e de sua relação com o público, com não atores selecionados entre moradores de Campinas.

No dia 25 de setembro, Carolina Mendonça apresenta a performance Público das 17h às 19h45, no espaço expositivo, e às 20h, participa de uma conversa com o público e participantes da ação performática no Espaço Educativo. Público é um ensaio que intenciona deslocar a percepção do tempo e do espaço, na perspectiva do público da exposição. Performers ocupam e transformam o espaço expositivo, tentando coreografar diferentes processos de cognição e interpretação das obras. 

Ao lado das ações de mediação, coordenadas pela equipe do Sesc junto aos visitantes e grupos escolares, as atividades dos Programas Públicos visam desdobrar temas e conceitos curatoriais presentes na mostra de forma transversal, provocando experiências e debates que iluminam e expandem questionamentos levantados pelas obras.

A exposição fica em cartaz em Campinas até o dia 05 de outubro. (Carta Campinas com informações de divulgação)

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