Houve um tempo
onde os homens
esperavam
pela
chuva.
Como o homem
que espera
reencontrar
sua mulher
depois de
muitos
anos.
Como a solidão
que busca
seu fim
em algum
outro.
E eles ficavam
atentos
a qualquer sinal
do tempo.
A qualquer
coreografia
do vento
que pudesse
molhar
todas as suas
saudades.
Mas ela os fazia
esperar.
Como aquela
mulher
que pressente
a tempestade
no ar.
Ela os fazia
dormir
sonhar
imaginar
como seriam
suas formas
quando ela enfim
caprichosa
se decidisse
a rebentar.
Ela os fazia
esperar
para que
eternamente
fosse
lembrada.