
A extrema direita brasileira já decidiu o principal tema para enfrentar os democratas, a esquerda e o governo Lula até as eleições de 2026. O massacre de 121 pessoas na Operação do governo do Rio de Janeiro abriu a disputa pelo protagonismo no debate da Segurança Pública.
A extrema direita parece ter percebido que a Segurança Pública é a única chance diante do sucesso do governo Lula na área econômica e social. Baixo desemprego, crescimento econômico, controle de gastos públicos, baixa inflação, proteção do meio ambiente, queda no desmatamento, investimentos na educação e saúde pública, além do sucesso comercial e de relações no cenário internacional.
A opção da extrema direita foi radicalizar o projeto autoritário com a operação policial sangrenta Rio de Janeiro para obter certo apoio da população diante da insegurança provocado pela desigualdade social e controle de privilégios.
A matança de criminosos e inocentes em ação policial não é apenas uma afirmação autoritária ideológica, mas também uma armadilha para a esquerda. O que a extrema direita quer é fazer com que os democratas ativem o discurso dos direitos humanos para atacá-los. E é aí que a esquerda é capturada.
O enfrentamento da esquerda e dos democratas na questão da Segurança Pública deve ser mais estratégico e menos ideológico. Nessa discussão, a esquerda só tem uma saída, que é ser esquerda. E expor o conflito de classe para desmascarar os reais interesses da direita e da extrema direita, ou seja, matar pobres e blindar os ricos. E isso está evidente.
Enquanto faz operações em favelas e comunidades para matar traficantes pobres, a extrema direita tenta blindar os traficantes ricos impedindo a ação da Polícia Federal. O governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), mostraram explicitamente com funciona a segurança pública da direita, tentando controlar e enfraquecer a Polícia Federal, que investiga os traficantes e corruptos do andar de cima.
Assim também aconteceu com a operação para salvar Jair Bolsonaro (PL) da tentativa de golpe. Anistia dos extremistas de direita só vale se for para os líderes da tentativa de golpe. Os deputados da extrema direita abandonaram a massa de manobra que invadiu e destruiu a Praça dos Três Poderes quando percebeu que Bolsonaro não seria anistiado. O tema está parado. Os pobres só servem de massa de manobra ou como mortos em ação policial. Os ricos tem o devido processo legal.
Assim também foi com o PL da Blindagem dos políticos, que queria criar um sistema de salvo conduto para prática de crimes cometidos por deputados e senadores. O conflito de classe é esse: a Segurança Pública para a direita serve para matar pobre e blindar ou anistiar bandidos ricos.
Controlada pela direita, a Câmara Federal também não vota a Lei do Devedor Contumaz, que lava o dinheiro do crime organizado. O Senado aprovou no início de setembro, por unanimidade, o projeto que cria o Código de Defesa dos Contribuintes (PLP 125/2022), que caracteriza os devedores contumazes — empresas que usam a inadimplência fiscal como estratégia de negócio e deixam de pagar tributos de forma reiterada. O texto ainda não tem sequer relator indicado por Hugo Mota.
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