Mostra Indígena celebra diversidade e resistência na Sala dos Toninhos

(imagem divulgação)

No próximo sábado, 9 de agosto, das 10h às 22h, a Estação Cultura – Sala dos Toninhos, no coração de Campinas (SP), será palco da Mostra Indígena JupiWema Barete Jareko, uma celebração da diversidade, resistência e potência dos povos indígenas em suas múltiplas expressões. Com entrada gratuita, a programação reúne 15 etnias originárias de diferentes regiões do Brasil, com atividades voltadas a públicos de todas as idades.

A mostra acontece em celebração ao Dia Internacional e ao Dia Municipal dos Povos Indígenas, propondo uma imersão sensível, política e ancestral na presença indígena nos territórios urbanos. O nome JupiWema Barete Jareko, que em Guarani-Mbya significa “Juntos Somos Mais Fortes”, expressa o espírito coletivo que orienta toda a programação.

Com curadoria de Lu Ahamy Myrym, do Coletivo EtnoCidade, a mostra é realizada em parceria com o Pontão de Cultura NINA e  a Sala dos Toninhos. A realização é do Ponto de Cultura Areté, do Ponto de Cultura Coletivo EtnoCidade, da Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas e do Ministério da Cultura. 

Um dia de arte, sabedoria e vivência

A mostra oferece uma programação intensa e diversificada, com apresentações culturais, oficinas, feira de saberes e artefatos, roda de conversa, culinária tradicional, livros, música e um grande ato coletivo no centro da cidade.

Apresentações culturais

• 14h – Grupo Bocuia – Toré Cropobó (Kariri-Xocó)
  Ritual com dança circular, maracas e cantos do povo Kariri-Xocó, convidando o público a entrar na roda e sentir a vibração da ancestralidade viva.
• 15h – Dança do Mascarado – Aikima Curumawa (Kambeba – AM)
  Dança tradicional com máscaras de animais e seres encantados, praticada por crianças, jovens e adultos, como expressão da relação com a floresta e os encantados.
• 17h – Roda de Conversa: Produção Cultural Indígena nas Cidades
  Com mediação de Anápuàka Tupinambá, a roda discute a criação e circulação da arte indígena em contextos urbanos, digitais e comunitários, sem perder o vínculo com a ancestralidade.
• 18h30 – Grupo Cultural do Alto Rio Negro (AM)
  Flautas, cantos e danças Carriçú e Mawako, com integrantes dos povos Tukano, Dessana, Baré, Tariana, Kubeo e Piratapuys, conduzindo o público em uma vivência de respeito às raízes ancestrais.
• 19h30 – Grande Toré – Campinas Território Indígena
  Ato simbólico de união entre indígenas e não indígenas, pontos de cultura, agentes públicos e sociedade civil. Um chamado coletivo para reconhecer Campinas como território de memória, luta, permanência e futuro indígena.
• 20h – DJ Anápuàka Tupinambá (RJ)
  Música indígena eletrônica que mistura canto ancestral, ativismo e tecnologia, ecoando sons que conectam passado e futuro.

Oficina e vivência: Ja’a Nhanhevanga Mitã Güê – Vamos brincar, criançada!

Com o Coletivo EtnoCidade (Mbya Guarani e Pataxó), a oficina convida o público a brincar, criar brinquedos com cabaça, pintar o corpo com grafismos tradicionais e montar colares com sementes.
⏰ Sessões às 11h, 13h, 14h30 e 16h — vagas limitadas por ordem de chegada.

Feira de Artes e Artefatos Indígenas

Durante todo o dia, das 10h às 22h, acontece a feira com produção artesanal, musical, literária e cosmética de 15 etnias, incluindo:

• Artefatos rituais, cestaria, cerâmica, tecelagem, flautas, maracás, cocares e colares
• Pinturas corporais, grafismos em papel e cosméticos naturais
• Rapé tradicional indígena, com partilha orientada
• Livros e publicações da UK’A Editora, com curadoria de Daniel Munduruku

Expositores confirmados: Karay Tataendy Mbya, Elo Fulni-ô, Patrícia e Elya Fulni-ô, Netuno Borum, Yanoama Kariri, Kawyran Kariri, Ana Paula Aimbo e Frankson, Wato Kichwa, entre outros.

Falas de quem constrói a mostra

Anápuàka Tupinambá, artista, comunicador e fundador da Rádio Yandê:

“Estar na Mostra JupiWema em Campinas é mais do que uma apresentação artística — é um reencontro com uma cidade onde tenho memórias, parcerias e afetos. Campinas é território de estudantes indígenas, de resistência e de tecnologia cultural. A mostra é esse espaço onde ancestralidade e inovação caminham juntas, com os pés na terra e o pensamento aberto para o futuro.”

Lu Ahamy Myrym, curadora e coorganizadora:

 

“O nome da Mostra já revela o nosso caminho. ‘JupiWema Barete Jareko’ é um chamado na minha língua que fala de caminhar juntos, com coragem, sabedoria e ancestralidade. Esta Mostra nasce de uma construção coletiva entre o Coletivo EtnoCidade, os Pontões de Cultura Areté e NINA, e a Secretaria de Cultura de Campinas. Aqui, lidero o Coletivo EtnoCidade e os Pontos de Cultura há mais de oito anos, acolhendo famílias indígenas, formando professores e fortalecendo as identidades das nossas crianças nas escolas. Esta é uma Mostra que convida a sentir — com o corpo, com o coração e com o espírito — a força viva dos nossos povos. Uma força que resiste, ensina e transforma.”

SERVIÇO

Mostra Indígena JupiWema Barete Jareko – “Juntos Somos Fortes”
Sábado, 9 de agosto de 2025
Das 10h às 22h
Estação Cultura – Sala dos Toninhos, Campinas/SP
Entrada gratuita
Instagram: @culturavivacampinas | @etnocidade | @saladostoninhos

Parcerias: Pontão de Cultura NINA, Estação Cultura, Rede Usina Geradora
Realização: Ponto de Cultura Areté, Ponto de Cultura Coletivo EtnoCidade, Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas, Ministério da Cultura, Governo Federal.