Hugo Motta sai como vilão no pior semestre da Câmara e Lira como conciliador

(foto marina ramos – cam. fed.)

O ex-presidente da Câmara Federal, o deputado Arthur Lira (PP-AL), deu um nó no aliado e atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Neste primeiro semestre de gestão, Motta acabou saindo como vilão e gerando uma onda de protestos nas redes sociais contra o chamado “Congresso da Mamata” e “Congresso Inimigo do Povo”.

Motta descumpriu acordos com o governo Lula (PT) e foi engolido pela extrema direita bolsonarista durante a votação da taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que taxava os ricos do Brasil. Sofreu um desgaste enorme e saiu como o responsável pela proteção aos super-ricos. Lira entrou em cena enquanto o caldo entornava e disse que precisava abaixar os ânimos.

No primeiro semestre da presidência de Hugo Motta, a Câmara teve um dos períodos mais improdutivos da história. Uma governança típica da mistura entre baixo clero e Centrão. Na gestão anterior, de Arthur Lira, ele arrancava tudo que era possível do governo Lula, mas entregava as votações e saia por cima da carne seca. Tanto que aprovou a Reforma Tributária. Já Motta parece uma marionete de Lira.

Além de Motta não entregar nada no semestre, Lira abocanhou a relatoria do principal projeto do governo Lula, que é a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a desoneração para quem ganha até R$ 7 mil.

O deputado apresentou na quinta-feira, dia 10/07, o parecer do projeto para votação na comissão especial. Lira ainda fez uma bondade mínima, típica da direita e que serve só para aparecer bem na foto. Elevou de R$ 7 mil para R$ 7.350 por mês a faixa de renda a ser beneficiada com redução parcial do IR. O projeto de lei estende a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais e, na versão original, previa reduções para quem ganha até R$ 7 mil.

No resumo da ópera, Arthur Lira deu um abraço de tamanduá em Motta. Ele vai sair como o responsável pela aprovação do projeto do governo, mesmo diante da presidência de Hugo Motta, que ficou desgastado.


Discover more from Carta Campinas

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Comente