
O procurador municipal de Limeira (SP) Rafael Horta, 40, que cometeu um feminicídio e matou o bebê de dois meses nesta sexta-feira (6) utilizou uma arma legalizada para cometer os crimes. Ele era CAC (colecionador de armas), bolsonarista convicto, defensor do ex-juiz Sergio Moro e do direito do cidadão de bem de portar armas para defender sua própria família e manifestamente contra o aborto, por entender que “a vida é sagrada desde a sua concepção”.
A mulher morta ao lado do filho era servidora da Câmara de Campinas. Cristiane Laurito era servidora concursada desde 2014 e ocupava o cargo de Coordenadora de Execução Orçamentária e Financeira. Vereadores lamentaram a morte da funcionária pelas redes sociais. “A Mesa Diretora da Casa, assim como os vereadores e os todos os servidores manifestam solidariedade aos familiares e amigos”, informou, em nota.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de São Paulo João Vasconcelos, responsável pelas investigações, os homicídios ocorreram na manhã desta sexta, antes das 7h. Ele se suicidou após cometer os crimes.
Quem primeiro avistou a cena dos crimes foi o pai de Horta. Ele afirmou à polícia ter ido até a casa da família assassinada para buscar o neto para uma consulta médica.
No local, o avô disse ter percebido que a família não atendia à campainha, tendo decidido então entrar no domicílio (ele não esclareceu se tinha a chave ou se a porta estava destrancada), onde encontrou a cena do crime em um dos quartos.
Ainda segundo a autoridade policial, a suspeita é de que as mortes tenham sido causadas por disparos de arma de fogo. Um revólver foi encontrado ao lado da cama onde estava a família morta. A arma, agora, será periciada pela Polícia Civil de São Paulo. Os corpos passarão por autópsia.
O que já se sabe, porém, é que o procurador municipal possuía arma de fogo legalizada, era um colecionador de armamentos e defendia publicamente o “direito do cidadão de portar armas para defender sua família”.
Além disso, para Horta (pelo menos, em teoria), a vida era sagrada desde a concepção, motivo pelo qual ele era contra a legalidade do aborto.
O procurador costumava defender em suas redes sociais os posicionamentos da direita brasileira e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Acusava o STF (Supremo Tribunal Federal) de estar em busca de construir uma ditadura no Brasil. Afirmava que “Supremo é o povo” (em oposição ao STF). Defendia o ex-juiz Sergio Moro e o coach Pablo Marçal. Acreditava que a teoria de que o planeta Terra é plano era “uma questão de escolha”.
Veja, abaixo, algumas das publicações de Rafael Horta em suas redes sociais, que ainda estavam no ar até a publicação desta reportagem. (Com informações do DCM e G1)
Veja algumas postagens do procurador, reproduzidas pelo DCM:


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