Avanço do Brasil no ranking de igualdade de gênero é prejudicado pela falta de mulheres na política

vereadoras de campinas
Vereadoras em Campinas (imagem reprodução rede social)

O Fórum Econômico Mundial publicou a 19ª edição do Índice Global de Desigualdade de Gênero (Gender Gap Index) que avalia a paridade de gênero em 148 economias.

O avanço do Brasil no ranking da igualdade de gênero em 2025 só não foi maior por falta de presença de mulheres na política, nas casas legislativas do Brasil. A bancada feminina na Câmara dos Deputados é composta por 91 deputadas federais. Este número representa 17,7% do total de 513 cadeiras na Câmara. Apesar de ser a maior bancada feminina da história, o Brasil ainda tem uma das menores representações femininas no Legislativo na América Latina. Em Campinas (100 km de SP) são apenas 5 mulheres para 33 cadeiras.

As informações ranking fornecem uma base para a análise da evolução da paridade de gênero no mundo, além de apresentar os dados do desempenho brasileiro. Neste ano, o país avançou duas posições na lista em comparação com o ranking do ano passado, com uma melhora na paridade geral de gênero de 71,6%, em 2024 para 72% em 2025. Com isso, o Brasil ocupa a 72ª posição no ranking global, subindo duas posições em relação ao ano passado.

O relatório mede o nível de paridade entre homens e mulheres no mundo, levando em conta aspectos econômicos, políticos, de saúde e de educação para compor o quadro geral dos 148 países incluídos.

Cada nação é avaliada em um percentual de 0 (nenhuma paridade de gênero) a 100 (paridade total de gênero). São analisados critérios econômicos, mercado de trabalho, saúde e participação política. Para isso, são observados dados da Organização Internacional do Trabalho, do Banco Mundial, do próprio Fórum Econômico Mundial, da Organização das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde, e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Participação feminina nos ministérios é fator positivo

A maior participação de mulheres em cargos ministeriais, segundo o estudo, foi o grande fator que contribuiu para a melhora no cenário da igualdade de gênero no país. Além disso, o levantamento destaca que o Brasil vivenciou duas ondas significativas de progresso na paridade de gênero. Foram durante os anos de 2006 e 2010 – durante mandatos de governos do PT – que houve um salto significativo nas políticas de promoção da igualdade de gênero.

“A primeira ocorreu entre 2006 e o ​​início da década de 2010, impulsionada principalmente por ganhos na paridade econômica, que aumentou de 60,4% em 2006 para cerca de 65,0% no início da década de 2010, e, em menor grau, por avanços na paridade educacional, que aumentou de 97,2% para mais de 99,0% desde 2008”, diz o texto.

A pesquisa ainda continua: “A segunda onda surgiu após 2022, marcada por uma melhora significativa no subíndice de Empoderamento Político. Entre 2022 e 2023, a pontuação de paridade política do Brasil aumentou em mais de 10 pontos percentuais, atingindo mais de 20% e permanecendo nesse nível desde então. Esse aumento é amplamente atribuído a um forte aumento na representação feminina em cargos ministeriais, com a pontuação saltando de cerca de 10% para mais de 50% durante esse período e mantendo-se nesse nível posteriormente.”

É o que comprova o quesito ‘Empoderamento Político’. O critério ‘Mulheres em cargos ministeriais’ contribuiu diretamente para o Brasil ocupar, nesta categoria, o 45º lugar no mundo com mais mulheres em cargos desta natureza, com pontuação de 0,476.

Em contrapartida, o grande calcanhar de Aquiles que contribui para que o Brasil não avance mais posições no ranking de igualdade de gênero é, de fato, a presença feminina no parlamento. Este tópico coloca o Brasil no 111º lugar, dentre os 148 países analisados, com a nota de 0,221.

A secretária nacional de mulheres do PT, Anne Moura, pontua que todos os resultados positivos elencados pelo estudo foram obtidos durante as gestões petistas, o que demonstra o claro compromisso do partido com a promoção de ações e políticas de estímulo à equidade de gênero.

“Isso é algo que a gente sempre disse: tanto as duas gestões do presidente Lula quanto a da presidenta Dilma trabalharam para estimular a empregabilidade e o pleno desenvolvimento das brasileiras. E agora no terceiro mandato do presidente Lula, com a lei da igualdade salarial, a gente tem certeza que esses dados serão melhores na edição do próximo ano”, afirmou Anne. (Com informações do ptnacâmara)


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