
O documentário “Pindorama: Uma História do Brasil Ancestral”, dirigido pelo jornalista Marcos Rogatto, será exibido em sessão gratuita no dia 23 de maio (sexta-feira), às 19h30, na Rabeca Cultural, no distrito de Sousas, em Campinas. A exibição faz parte do circuito de mostras do filme em espaços culturais pelo país e marca seu retorno a Campinas, onde foi exibido no Museu da Imagem e do Som, após passagens por instituições como o MIS de São Paulo e na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro.
O longa-metragem resgata a memória ancestral do território que hoje chamamos Brasil, trazendo à tona histórias, saberes e presenças apagadas pela historiografia oficial. Com uma hora e quarenta minutos de duração, a produção reúne 43 entrevistas com pesquisadores de diversas áreas e representantes de povos originários, em um esforço coletivo de reconstrução de narrativas.
O documentário, com roteiro de Rogatto e de Maria Helena Portinari, tem produção da Vista Filmes e apresenta uma nova perspectiva sobre o passado brasileiro, antes da colonização portuguesa. “Pindorama”, nome dado ao território pelos povos originários em tupi-guarani e que significa “terra das palmeiras”, simboliza essa reconexão com a história pré-cabralina.
Viagem pelo Brasil ancestral
As gravações percorreram sítios arqueológicos e paleontológicos emblemáticos, como Lapa Vermelha (MG), Toca do Boqueirão (PI) e Cerro da Alemoa (RS), além de importantes instituições culturais e científicas. O filme destaca descobertas pouco conhecidas do grande público, como fósseis de dinossauros e evidências da presença humana no continente muito antes do que se supunha.
Entre os entrevistados está o paleontólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, que compartilha a história do fóssil Berthasaura leopoldinae, batizado em homenagem à cientista Bertha Lutz e à imperatriz Maria Leopoldina. Também pontua a marginalização histórica dos povos indígenas no Brasil, destacando que, na chegada dos portugueses, o território era habitado por uma população indígena muito mais numerosa do que a europeia da época. “A questão dos indígenas no Brasil é muito mal encarada historicamente, porque esses indígenas foram considerados selvagens e perigosos”, afirma Pedro Paulo Funari, professor do IFCH/Unicamp em depoimento para o documentário.
Reflexão sobre o futuro
O documentário levanta ainda discussões atuais, como a repatriação de fósseis levados ilegalmente para o exterior e a importância dos saberes ancestrais diante dos desafios globais, como as mudanças climáticas e os desastres ambientais. A trilha sonora original inclui cantos na língua do povo Kariri-Xokó, reforçando o vínculo com as culturas originárias.
“Além de resgatar o passado, os depoimentos convidam a pensar sobre o futuro do Brasil e do planeta”, destaca a produtora Patrícia Ogando, que também anunciou o desenvolvimento de uma versão em inglês para ampliar o alcance internacional da obra. A sessão desta sexta-feira contará com recursos de acessibilidade oferecidos pelo aplicativo PingPlay, para maior inclusão do público. (Com informações de divulgação)
Serviço
Data: 23/5 (sexta-feira)
Horário: 19h30
Local: Rabeca Cultural
Endereço: Av. Dona Maria Franco Salgado, 250, Sousas, Campinas-SP
Entrada: gratuita, com classificação livre
Discover more from Carta Campinas
Subscribe to get the latest posts sent to your email.