(foto julia cameron – pxl)

Por Roberto Ravagnani

Sou imensamente feliz por explorar um universo repleto de oportunidades e sabedoria. Há 23 anos, escrever, gerenciar e praticar o voluntariado têm sido parte essencial da minha vida, e é com grande alegria que compartilho essa paixão em minha coluna semanal Ser Voluntário.

Aproveitando o dia nacional do voluntariado em 28 de agosto, cabe mais uma vez voltarmos a raiz do voluntariado, pois temos que reverenciar nossa base para saber em que direção seguir no presente.

O que é Ser Voluntário?

De acordo com as Nações Unidas, “o voluntário é a pessoa que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social, ou outros campos…”.

Essa definição revela que o voluntariado é uma expressão universal de envolvimento comunitário. É sobre participação, confiança, solidariedade e reciprocidade, compartilhando um entendimento e senso de obrigações comuns. O voluntariado não é uma lembrança nostálgica do passado; é uma força presente e vital em nossa sociedade. É a linha de frente na luta contra as sequelas de uma sociedade que ainda enfrenta muitos desafios.

A palavra “voluntário” tem suas raízes em três termos latinos que nos ajudam a entender melhor esse papel:

  • VOLUNTARIUS = “de própria vontade”;
  • VOLUNTAS = “vontade, desejo”;
  • VELLE = “querer”.

A conexão com o querer é clara e é o ponto de partida. No Brasil, o trabalho voluntário começou em 1543, na Santa Casa de Misericórdia em Santos, com o primeiro grupo organizado de voluntários, composto por irmãs de caridade que assistiam os internos. Inicialmente, a Igreja Católica teve grande influência, seguida por outras denominações religiosas, promovendo importantes trabalhos voluntários, na maioria das vezes, sem a missão de evangelização.

A vontade foi o pontapé inicial e continua sendo o motor para a ação. No entanto, para realizar um trabalho voluntário de qualidade, é necessário planejamento e reflexão. Não basta apenas querer e fazer; é preciso superar influências como a tecnologia e a aparente falta de tempo.

O voluntário contemporâneo é engajado, participativo e consciente, com diferentes graus de comprometimento: ações permanentes, com maiores responsabilidades, e ações pontuais, esporádicas, mas igualmente importantes para a mobilização e conscientização.