Aliado de extremistas e golpistas de extrema-direita, o empresário Elon Musk resolveu impor suas vontades e interesses privados sobre a Justiça do Brasil. A rede social X, antigo Twitter, do qual é dono, anunciou o fechamento do escritório da empresa no Brasil após afirmar que descumpria decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O anúncio foi feito neste sábado (17) em publicação onde a gigante da tecnologia divulgou ilegalmente a decisão que deveria ser sigilosa do ministro. Elon Musk já afirmou que até “promoveria” golpes de Estados em qualquer país com o objetivo de manter seus interesses econômicos. Os extremistas brasileiros apoiam esse tipo de gente.
Apesar do fechamento do escritório, o serviço da rede social continua disponível para a população do Brasil. A veracidade do despacho divulgado pelo X não foi confirmada pelo STF. Procurada, a assessoria de imprensa do Supremo informou que a Corte não vai se manifestar sobre o tema.
O advogado João Senzi solicitou à Justiça o bloqueio de Contas Bancárias das empresas e Elon Musk no Brasil . Acabei de protocolar no Tribunal o pedido para bloquear as contas bancárias do Elon Musk, no Brasil. O pedido é feito no âmbito da execução número 0027520-86.2024.8.26.0100. A solicitação visa garantir as obrigações que o Twitter ainda possui no Brasil, principalmente para com nossos clientes”, afirmou o advogado na própria rede X. Segundo ele, apenas em um processo, Elon Musk pode ser condenado a pagar R$ 62 mil.
De acordo com o documento publicado pela rede social, a X teria agido ilegalmente ao se negar a bloquear perfis e contas no contexto de um inquérito da Polícia Federal (PF) que apura obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime. O suposto despacho mostra que, ao não cumprir a decisão, Moraes determinou a intimação pessoal do representante da X no Brasil. Porém, o oficial de Justiça não conseguiu localizar os responsáveis pela rede social.
No suposto despacho divulgado, Moraes teria afirmado que a representante da empresa X Brasil agiu de má-fé, tentando evitar a intimação da decisão proferida nos autos. Como os representantes da empresa não foram localizados, Moraes teria determinado a prisão da representante legal da X por desobediência à determinação judicial e multa diária de R$ 20 mil contra a funcionária, ainda segundo o documento divulgado pela X.
O setor para assuntos globais da companhia informou justificou a prática de obstrução de Justiça dizendo que era “para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil”.
Fora da lei e abusando do poder econômico e político, a rede social acrescentou que os seus recursos não prosperam no STF e que Moraes “ameaça nossa equipe”.
O dono da rede social, Elon Musk, comentou a decisão. “A decisão de fechar o escritório X no Brasil foi difícil, mas, se tivéssemos concordado com as exigências de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas do Alexandre de Moraes, não haveria como explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados”, disse o mega empresário.
Não é a primeira vez que o multibilionário Elon Musk desafia o Judiciário brasileiro. Em abril deste ano, Musk acusou Moras de “censura” contra conteúdos da plataforma. Analistas avaliam que essa pode ser uma estratégia da extrema-direita mundial para dificultar as investigações contra a suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 no Brasil.
O dono da plataforma X e de diversas outras empresas, desde satélites a carros elétricos, tem se notabilizado pela militância política em diferentes países do mundo, desde Bolívia, Venezuela, Brasil e o próprio Estados Unidos, onde faz campanha abertamente para Donald Trump.
Musk também se envolveu na crise de violência do Reino Unido, onde grupos de extrema-direita atacaram imigrantes pelas ruas. Sobre o tema, Musk comentou que uma “guerra civil é inevitável” no país europeu. A rede X também tem sido acusada de impulsionar conteúdos anti-imigrantes na rede social. (Com informações da Agência Brasil)