(foto rovena rosa – ag brasil – e wikipedia)

Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, o CFM irá realizar a eleição para a escolha dos conselheiros representantes dos 26 estados e o Distrito Federal. É uma grande chance de os médicos brasileiros limparem do CFM o negacionismo, a aceitação de medicamentos sem comprovação científica e o ataque proferido contra as mulheres e o direito ao aborto. Para isso, uma grande mobilização, chamada Frente pela Vida, espera vencer as eleições. Veja texto de Conceição Lemes, do VioMundo:

Frente pela Vida defende ampla renovação do CFM

Frente pela Vida
O Conselho Federal de Medicina (CFM) é um órgão importante na área de saúde no Brasil. É a instituição que congrega todos os cerca de 550 mil médicos brasileiros.

O CFM tem uma diretoria-executiva e um conselho, que é formado por dois representes (titular e suplente) dos 26 estados da federação e o Distrito Federal, além de dois representantes indicados pela Associação Médica Brasileira (AMB). No total, são 56 conselheiros.

Nos próximos dias 6 e 7 de agosto, o CFM irá realizar a eleição para a escolha dos conselheiros representantes dos 26 estados e o Distrito Federal.

Setenta e duas chapas estão disputando a eleição, já que em alguns estados há mais de uma chapa inscrita.

Há chapas conservadoras; há várias chapas em que os conselheiros atuais e seus suplentes são candidatos à reeleição. Mas há também chapas progressistas, que defendem uma ampla renovação do CFM.

Os conselheiros a serem eleitos em 6 e 7 de agosto terão um papel estratégico na definição de como o CFM irá atuar nos próximos cinco anos, pois serão eles que irão escolher o presidente e a diretoria-executiva da instituição para o mandato de 2024 a 2029.

Dependendo de quem forem os conselheiros eleitos, o CFM pode ter uma atuação mais voltada para a modernidade, apoiando a ciência e defendendo o SUS, a carreira médica de Estado e a retomada da interação com outras instituições e conselhos nacionais da área de saúde, apenas para citar alguns exemplos.

Porém, dependendo de quem forem os conselheiros eleitos, a atuação do CFM pode ir em sentido contrário, como ocorreu durante a recente pandemia de Covid-19, quando o CFM apoiou políticas negacionistas e o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

E como também ocorreu mais recentemente, quando apoiou PL 1904, que punia com prisão de até 22 anos a mulher que realizasse aborto após 22 semanas de gestação.

Por isso, é importante escolher bem em quem votar.

A Frente pela Vida, Fórum de base nacional, que reúne as entidades com interesse na saúde e no SUS, propõe, em 6 e 7 de agosto, o voto nos candidatos que defendem a uma ampla renovação do CFM.

Os principais pontos dessa renovação são:

  1. Apoio incondicional ao Sistema Único de Saúde (SUS) como espaço de promoção da saúde e de realização profissional dos médicos e médicas em estado da arte;
  2. Defesa da ciência como base do exercício da medicina;
  3. Valorização do trabalho médico de qualidade, com salário digno e com defesa da carreira única nacional para os médicos e médicas;
  4. Redefinição de critérios para a abertura de novos cursos de medicina, com critérios epidemiológicos, com pré-requisitos de condições estruturais, de corpo docente e de cumprimento curricular satisfatório para boa formação profissional, com prioridade para as regiões mais carentes de médicos;
  5. Retorno da presença do CFM em instituições democráticas que definem políticas nacionais de saúde, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e retomar a assiduidade na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Frente pela Vida

Chapas que defendem a ampla renovação do CFM:

Minas Gerais – Chapa 2

Unaí Tupinambás (titular) e Karine Zanini (suplente)

Espírito Santo – Chapa 3

Pedro Paulo Harkenhoff (titular) e Marcelo Dala Bernardina Dalla (suplente)

Paraná – Chapa 4

Cláudia Paola Carrasco (titular) e Pamela Antoniassi Odebrecht (suplente)

Distrito Federal – Chapa 2

Beatriz Soares (titular) e Ricardo Luiz de Melo Martins (suplente)

Mato Grosso do Sul – Chapa 3

Silvia Naomi de Oliveira Uehara (titular) e Isaías Pereira da Costa (suplente)

Rio de Janeiro – Chapa 3

Alexandre Romano (titular) e Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (suplente)

Rio Grande do Sul – Chapa 3

Rosângela Dornelles (titular) e João Carlos Batista Santana (suplente)

PS do Viomundo — O Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19 foi elaborado pelas seguintes entidades:

Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)

Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)

Associação Brasileira Rede Unida (Rede Unida)

Associação Brasileira de Economia em Saúde (Abres)

Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme)

Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Abrastt)

Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn)

Sociedade Brasileira de Virologia (SBV)

Sociedade Brasileira de Bioética (SBB)

Conselho Nacional de Saúde (CNS)

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT)

Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp),

Rede de Médicas e Médicos Populares (RMMP)

Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD). (Do VioMundo)