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Academia Brasileira de Ciências convoca cientistas a combaterem fake news e negacionismo

(foto: reprodução)

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) alerta para os riscos da proliferação das fake news e do negacionismo, e convoca cientistas e instituições de pesquisa a se engajarem na produção e na divulgação de informações científicas confiáveis e de qualidade no livro “Desafios e Estratégias na Luta contra a Desinformação Científica”. Recém-lançada, a publicação é fruto de um grupo de trabalho instituído em 2023 pela ABC.

A desinformação científica, diz o documento, não é algo novo, mas seu impacto aumentou significativamente com a popularização das plataformas digitais, que conseguem chegar a muitas pessoas rapidamente: “Hoje, o conteúdo desinformativo é recebido instantaneamente no celular, muitas vezes vindo de grupos nos quais o usuário confia, com centenas de curtidas ou comentários favoráveis. A estrutura algorítmica dessas plataformas tende a favorecer conteúdos sensacionalistas e enganosos”.

Ao explorar vulnerabilidades sociais, apelar para emoções, crenças pessoais e preconceitos, ao invés de se basear em evidências científicas sólidas, esse contexto de pós-verdade contribui significativamente para alastrar teorias da conspiração e pseudociências, ao mesmo tempo que reduz a confiança nas instituições científicas e governamentais.

De acordo com o livro, áreas como mudanças climáticas, vacinação, medicina alternativa, biotecnologia e saúde pública são particularmente afetadas por essa desinformação, “resultando em consequências como a recusa de vacinas, impactos negativos nas políticas de saúde pública e a erosão da confiança em autoridades científicas”.

A comunicação, dizem os autores, é essencial para vencer esses desafios e a publicação recomenda uma série de estratégias. Essas recomendações incluem a divulgação científica por meio de exposições, visitas escolares, workshops, treinamento de cientistas em mídias, criação de canais eletrônicos e presença ativa nas mídias sociais para a educação científica, capacitação de jornalistas em jornalismo científico e o fomento às agências especializadas em divulgação científica.

Também recomenda o investimento em linhas de pesquisa para investigar o impacto da desinformação sobre vacinas e outras áreas críticas, e a mobilização da comunidade acadêmica frente à regulamentação das empresas de plataformas que lucram com a desinformação, protegendo a liberdade de expressão baseada em critérios objetivos e evidências sólidas.

O livro “Desafios e Estratégias na Luta contra a Desinformação Científica” está disponível gratuitamente no site da Academia Brasileira de Ciências, com acesso pelo link.

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