Mudança climática da Terra se tornou irreversível mesmo com emissão zero, diz cientista

(foto ricardo stuckert – PR)

O pesquisador e meteorologista brasileiro Carlos Nobre, uma referência sobre questões climáticas afirmou que ‘reverter o aquecimento global se torna praticamente impossível”, na atual situação. Para ele, mesmo que zerássemos a emissão dos gases de efeito estufa até 2050, o início de alguma mudança seria só no século 22.

Veja trecho da entrevista para a Agência Brasil:

https://cartacampinas.com.br/2024/05/bancada-do-agro-criou-bomba-climatica-ao-destruir-a-legislacao-ambiental

“O que chamamos agora de aquecimento global tem origem humana. Quando olhamos a história de bilhões de anos do planeta Terra, já tivemos – mais de 200 milhões de anos atrás –, um evento de vulcões e terremotos que lançou tanto gás carbônico na atmosfera, que a temperatura ficou muito mais alta e foi uma das causas da extinção de muitas espécies.

Nós já tivemos isso como fenômeno natural, mas desta vez não é nada natural. Praticamente, quase 100% do aumento desses gases do efeito estufa – que impedem a terra de perder calor com mais rapidez e eficiência –, é resultado da queima de combustíveis fósseis – o petróleo, o carvão, o gás natural – e de emissões devido ao desmatamento, que responde por cerca de 12% das emissões; somado à agricultura, que chega a cerca de 25% das emissões. A produção industrial também emite.

Já aumentamos em 50% a concentração de gás carbônico – dióxido de carbono; aumentamos em quase 150 vezes a quantidade de metano, que é um gás muito poderoso para aquecer o planeta. E o planeta mais quente tem mais evaporação de água nos oceanos e você cria os eventos meteorológicos extremos, eventos oceânicos mais extremos, como os três El Niños mais fortes do registro histórico (1992/93, 2015/16 e 2023/24). Todos os oceanos estão mais quentes. Então, essa é a causa de estarmos quebrando esses recordes em todo o planeta e no Brasil também. Reverter o aquecimento global se torna praticamente impossível, porque o próprio metano tem um tempo pequeno de residência na atmosfera, de 9 a 11 anos.”

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