João Cezar de Castro Rocha afirma que manifestação bolsonarista escancarou projeto de submeter Estado à religião cristã
Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Ricardo Terto | Colaboração: Ana Alice de Lima – Agência Pública
Em meio ao avanço de investigações da Polícia Federal sobre as suspeitas de um plano de golpe de Estado por parte de Jair Bolsonaro e seus aliados, o ex-presidente reuniu milhares de apoiadores na avenida Paulista no dia 25 de fevereiro. Para o historiador e professor de literatura comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Cezar de Castro Rocha, no futuro os historiadores verão essa manifestação como um momento sintomático de algo que há muito tempo se articula nos bastidores: pela primeira vez, tornou-se explícito o projeto da teologia do domínio.
No episódio 109 do podcast Pauta Pública, o professor explica as dimensões religiosas da manifestação bolsonarista. Segundo Castro Rocha, a teologia do domínio usada nos discursos de Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira foi desenvolvida nos Estados Unidos e, recentemente, adotada no Brasil. Ela é a base da doutrina de várias igrejas, como a da Lagoinha, diz o professor.
O historiador explica que a declaração de Michelle Bolsonaro foi flagrantemente inconstitucional e representa uma enorme ameaça. “Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político”, afirma. Para ele, a democracia corre o risco de se transformar numa distopia teonomista, ou seja, que pretende subordinar toda a vida à religião.
Andrea Dip- A teologia do domínio tem aparecido nos congressos de extrema direita em todo o mundo. Ou seja, a religião cristã é posta como uma verdade absoluta. E tem um outro movimento que a Michelle Bolsonaro encarna perfeitamente – que o bolsonarismo tem tentado vender –, o Mulheres com Bolsonaro. Como você vê isso e qual é a importância da Michelle para o bolsonarismo?
Partindo do princípio da ideia da teologia do domínio em algumas passagens da Bíblia, no Antigo Testamento, Gênesis, capítulo 1, versículo 27, diz: “Criou Deus o homem e a sua imagem, a imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou”. Agora o versículo seguinte, fundamental para a discussão: “Deus os abençoou e lhes disse, sejam férteis e multipliquem-se. Encham e subjulguem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’”.
Porém a tradução foi fundamental, é o monumento da literatura ocidental. É da tradução da Bíblia, patrocinada pelo rei James, que vem a ideia, no capítulo 1, versículo 28, de uma leitura literal da passagem, especialmente na parte “have dominion over”. O que se entende é que todos aqueles eleitos por Deus devem ter domínio sobre tudo, especialmente na condução do Estado.
Essa teologia foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e recentemente foi adotada no Brasil. Ela está na base da doutrina da Igreja da Lagoinha, onde Nikolas Ferreira (PL-MG) professa sua fé. A teologia do domínio está na base de outras igrejas que contaminaram as concepções de Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Quando Michelle diz que chegou a hora da libertação, o que ela está dizendo é: chegou a hora do Estado civil subordinar-se à fé, não à espiritualidade, mas à crença deles. Pensando nisso, no nosso país tudo começa a ficar bastante claro e muito preocupante, muito preocupante.
Nós não podemos, em relação à teologia do domínio, fazer como fizemos com Jair Bolsonaro. Não podemos reduzir essa teologia a uma caricatura do programa CQC, uma caricatura do sofá da Luciana Gimenez no programa Super Pop. A teologia do domínio é muito mais perigosa do que Bolsonaro.
A Igreja Universal do Reino de Deus é de 1977. Em 1988, a Constituição Federal do Brasil, no seu artigo 5º, assegura o caráter laico do Estado e o direito inviolável da dignidade da pessoa humana de professar a sua fé. Portanto, não apenas o Estado é considerado laico, mas todas as religiões são vistas em pé de igualdade. Em 1988, nenhuma liderança evangélica se opôs ao artigo 5º da Constituição. A resposta a isso nos conduz a um dos principais pensadores da teologia do domínio, um economista muito importante: Gary North.
Gary North era um defensor da escola austríaca, portanto neoliberal, autor de uma obra muito vasta, com uma profunda reflexão sobre economia, política e comunidade cristã. North era adepto à teologia do domínio e defendia um movimento em dupla etapa.
Na primeira etapa, dizia o Gary North, como a liberdade de culto é assegurada, vamos expandir o número dos fiéis e propagar a nossa doutrina. Quando o número for suficiente para interferir na vida política, o faremos. É o que aconteceu no Brasil. Em 1977 a Igreja Universal do Reino de Deus é criada e, como eu disse anteriormente, em 1988, a Constituição Federal é promulgada com o Estado laico.
Agora vamos pular no tempo: em 2008 foi lançado o livro de Edir Macedo. O livro tem como base teórica Thomas Hobbes e o Antigo Testamento, porque Deus, diz Edir Macedo, é um estadista, Deus é, sobretudo, um gestor da coisa pública. Na última página do livro, Edir Macedo esclarece o potencial que tem um Estado adormecido e chama a atenção do leitor para que não deixe essa “potencialidade” ser desperdiçada.
Para compreender essa questão, podemos citar o seu livro A bancada evangélica e seu projeto de poder. No depoimento do senador Haroldo Oliveira (– que eu considero um dos mais preciosos jamais feitos para compreender essa questão –,ele diz que, em 2018, os evangélicos seriam um terço da população do Brasil. É um público relevante na sociedade. Haroldo também diz que a Igreja Universal foi a primeira a ter consciência política logo depois da Constituinte e elegeu os seus representantes para a Câmara dos Deputados.
Um ano depois dessa entrevista, pela primeira vez na história os evangélicos elegeram um presidente da República. A diferença de votos evangélicos dados para Jair Messias Bolsonaro e Fernando Haddad é a diferença de votos que o levou à vitória. A primeira vez que isso aconteceu na política brasileira numa eleição presidencial foi em 2002. Ganhou a eleição o presidente Lula, em segundo lugar ficou José Serra, em terceiro lugar, de maneira surpreendente, o Anthony Garotinho, que obteve 10% dos votos em todo o Brasil em 2002. Eram votos majoritariamente evangélicos.
O Anthony Garotinho foi de fato o primeiro político a compreender que os evangélicos levariam um candidato à Presidência. Em 2018 isso se materializou. Agora eles já não são mais minoria, estamos na segunda etapa do projeto do Gary North. A declaração de Michelle Bolsonaro é flagrantemente inconstitucional, mas ela é, sobretudo, uma enorme ameaça. Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político. Nada pode ser mais perigoso do que isso. Isso é mais perigoso para a democracia brasileira do que o bolsonarismo. Se é que isso é possível de acreditar.
Clarissa Levy – Eu queria emendar uma pergunta exatamente sobre isso que você está falando, como essa extrema direita no Brasil tem os pés absolutamente fincados na religião. A teologia do domínio que o senhor menciona abarca um projeto de nacionalismo cristão? De que maneira você acha que vamos ver isso nas eleições municipais?
O nacionalismo cristão também é um movimento norte-americano, assim como o sionismo cristão. No Brasil, há uma mescla, às vezes de difícil distinção, entre o nacionalismo e o sionismo cristão – que teve como um dos líderes no Brasil um dos mais importantes propagadores do sionismo cristão, o Márcio Valadão, criador da Igreja da Lagoinha, e hoje tem seu filho, André Valadão, como líder. André Valadão, que há dois ou três meses, num culto de sua igreja nos Estados Unidos, na Flórida, disse com todas as palavras que, se fosse necessário para “resolver o problema LGBT”, os fiéis deveriam agir. Essa declaração foi uma coisa absolutamente espantosa, mas muito reveladora do que é de fato a teologia do domínio e o nacionalismo cristão.
Para André Valadão, o nacionalismo cristão de Nikolas Ferreira, de Damares Alves, de Michelle Bolsonaro não o inclui. É como se ele não fosse digno deste nacionalismo cristão que eles defendem. Isso é muito perigoso, mas ajuda a compreender algo da fala de Michelle Bolsonaro e nos permite ir ainda mais longe.
Passo a passo, a Michelle Bolsonaro, logo depois de dizer que houve o equívoco de separar religião e política, o que ela basicamente quis dizer é que ela pretende voltar ao século XVII, que é a monarquia absoluta e direito divino. Ela usou a categoria do mal, “o mal dominou”, “o mal ocupou o terreno”, e o mal é uma das mais importantes e fascinantes categorias filosóficas e teológicas. É uma questão filosófica de enorme importância, uma questão teológica central. Crime e castigo, de Dostoiévski, é uma reflexão profunda sobre a presença do mal no cotidiano.
Na esfera da política, o mal é uma categoria absolutamente inadequada. Porque, toda vez que eu falo em mal, eu tenho que supor o bem, e, se de fato existe o bem supremo, o mal absoluto não pode senão ser negado ou rejeitado, se possível, eliminado.
A política é a esfera da negociação, é importante recuperar a palavra. Negociação não é negociata. A política só faz sentido porque na pólis convivem diversos, que não são necessariamente opostos, mas diversos. A política é sobretudo a arte de falar, mas especialmente de escutar o outro, implica a negociação, a concessão. Mas não há política, cotidiano, nenhum de nós seria capaz de ter uma relação com um companheiro, com uma companheira, com um filho, se nós não fizermos concessões. Só é possível fazer concessão se eu reconheço a plena dignidade do outro. Mas se o outro, aquele que é diverso de mim, aquele que não é meu espelho, não tem dignidade, eu nunca vou fazer concessão.
Quando Michelle Bolsonaro traz para a esfera da política a categoria do mal, é uma indicação precisa de que se trata de uma distopia. Usando as palavras corretas, é uma distopia teocrática, fundamentalista. No termo correto derivado da teologia do domínio, teonomista – Teo em grego Deus, nomos, ordem, lei.
É uma distopia teonomista porque é uma distopia que pretende subordinar toda a nossa vida à religião. Mas vou repetir, não é subordinar a vida à espiritualidade, mas à religião tal qual eles professam. Isso ajuda a entender um fenômeno desta manifestação do dia 25 de fevereiro. Salvo o engano, eu não me lembro de escutar o nome de Jesus, as referências eram todas do Antigo Testamento.
A Igreja Universal do Reino de Deus surge em 1977, é a Igreja do Cristo e é a mensagem do Cristo, sobretudo. Nos últimos 15, 20 anos, em todo o mundo, nas igrejas neopentecostais que favorecem o nacionalismo cristão, o sionismo cristão ou a teologia do domínio, muitas vezes mesclando essas teorias, há uma transferência teológica muito reveladora. Mas o motivo de ser o Antigo Testamento é porque não é possível encontrar no Novo Testamento nenhuma passagem que favoreça um projeto político. Afinal, Jesus foi muito claro: “A César, o que é de César, ao Senhor, o que é do Senhor”. Poder temporal, poder espiritual. O reino de Deus não se confunde com o reino de césares.
Além do mais, não é possível pensar no Novo Testamento e ter a intolerância implícita na teologia do domínio. Quando um gentio qualquer busca a Cristo para salvação ou para cura de alguma enfermidade, Cristo sempre atendeu. Quando eles criticam dizendo mas é um gentio – ou seja, um não judeu –, Cristo respondeu: mas ele me procurou com fé no coração. O cristianismo como religião só se tornou possível quando Paulo desenvolveu a ideia de que é possível ser cristão sem necessitar a circuncisão, o que quase levou Paulo à morte num debate no templo. Em outras palavras, é possível ser cristão não sendo judeu. Nesse momento surge o princípio básico da Igreja Católica; em latim, catolicus é universal e ecumênico, depende da fé que você tem no coração. Isso implica dizer que você não é necessariamente uma exclusividade, não é apenas uma doutrina que não aceite nenhuma outra.
O Antigo Testamento, buscado pela teologia do domínio, não é um Antigo Testamento como um todo. Isso faz a diferença, não é de Moisés, que recebe a Tábua das Leis no monte Sinai; não é de José, que, tendo sido vendido pelos irmãos, quando tem a chance de se vingar, perdoa. Em uma das mais bonitas cenas do Antigo Testamento, ele perdoa os irmãos e reúne a sua família numa espécie de imagem do futuro Cristo que também perdoa. Há muitos exemplos no Antigo Testamento, mas o que foi dito no dia
25 de fevereiro pela mescla de locutor de rodeio e pastor, antes de passar a palavra ao ex-presidente foi: Deus não evitou que Golias enfrentasse a Davi. Em seguida, ele disse “e agora eu chamo o mito Jair Messias Bolsonaro”.
Nesse momento temos a ponte, Davi para Bolsonaro, do pecador ungido para o mito igualmente ungido. Mas por que Davi? É um fenômeno que faz parte da teologia do domínio. Um fenômeno que não é brasileiro.
Trump é Davi, Bolsonaro é Davi, Milei é Davi. Porque Davi aqui é privilegiado, não é o menino que derrota Golias, que vence a força bruta com a inteligência e a astúcia. Aqui é o rei Davi, um modelo do pecador ungido, porque ele é o senhor das armas, ele é o rei de batalhas, ele é o senhor de um império, mas depois ele se arrepende, torna-se outro. Davi é abraçado pela teologia do domínio. Em outras palavras, Trump, Milei e Jair Bolsonaro, pouco importa os pecados que cometam, eles são ungidos. (Da Agência Pública)
Concordo inteiramente com a análise e advertência do Prof. João Cezar de Castro Rocha. É um projeto de poder que se explicita há décadas sem que a sociedade atente para a gravidade do que se desenrola sob nossos narizes. Encarna o fascismo no que tem de pior, combinado ,com o fundamentalismo pseudo-religioso e muita canalhice. Qual o papel dos governos para cortar o mal pela raiz antes que seja tarde demais? E se já é, tanto pior, o que fazer?
Essa é a pior das ameaças que viceja negligenciada pela maioria da sociedade. É urgente a consciência dessa praga que avança para fazer o Talibã parecer uma pirracinha de criança..
PROJETO DE PODER DO EDIR MACEDO
Por Professor Negreiros
28/02 a 6/03/2024
Sem a devida atenção jurídica-constitucional-democrática, e com a irresponsável omissão política-organizacional e econômica, daí, cumplicidade do Estado Brasileiro diante do projeto-político-teocrático-pentecostal de Edir Macedo e sua empresa ‘da fé’ em nome da teologia do dominio, o Brasil acelerado se encontra rumo a uma teocracia-pentecostal-edirmacediana. É DITADURA MEDIEVAL!! OS HORRORES DO INFERNO EM NOME DE DEUS, ENTIDADE BIBLICAMENTE DO POVO DE ISRAEL, na busca e extermínio dos que, para eles, são HEREGES!! SÃO OS AMALEQUES que foram condenados por Samuel em nome de seu deus!!
Há como reverter?!
NÃO!!
NÃO no atual estágio do Estado Brasileiro Democrático de Direito. Pois infiltraram-se paulatinamente nos últimos 50 anos e já dominam os parlamentos, do municipal ao federal, o próprio executivo, nos três níveis, e o judiciário, pregando, aliciando e alienando em nome de seu deus de Israel apresentado apocalipsemente no Velho Testamento.
Nos dias atuais, em todos os órgãos público dos três poderes do Brasil, as pessoas são, em sua maioria, evangélicas. No contexto da população brasileira, dois terços são evangélicos. Desses, a metade é de fundamentalistas na extrema direita.
Aproveitando-se de que no Brasil a religião é uma questão pessoal e protegida pela privacidade, portanto, não é comum que as organizações públicas coletem essas informações de seus funcionários, os ‘líderes’ da teologia do domínio têm cooptado, e infiltrado nos últimos 20 anos, o maior número possível de evangélicos sob o convencimento das direções dessa teologia.
Não há dados precisos disponíveis para confirmar ou refutar essa afirmação, pois não há registros públicos que detalhem a afiliação religiosa dos funcionários de todos os órgãos públicos dos três poderes no Brasil. A justificativa é: a religião é uma questão pessoal e protegida pela privacidade, portanto, não é comum que as organizações públicas coletem essas informações de seus funcionários.
Por que só a religião tem esse direito fundamental, exclusivo e constitucional?!!
Isso tem razões de princípios e causas. A proteção da liberdade religiosa como um direito fundamental está enraizada em princípios de autonomia individual, pluralismo e respeito à diversidade. Esses direitos são geralmente garantidos em constituições e legislações de diversos países como uma forma de proteger a liberdade de consciência e crença dos indivíduos.
Existem várias razões pelas quais a religião recebe uma proteção especial em termos de privacidade e liberdade pessoal:
1. Autonomia individual: A liberdade religiosa está intimamente ligada à autonomia individual. Os indivíduos devem ter o direito de escolher suas crenças religiosas ou decidir não ter nenhuma sem interferência externa.
2. Pluralismo e diversidade: Em uma sociedade pluralista, é essencial proteger e respeitar a diversidade de crenças e práticas religiosas. Em teoria, isso promove a coexistência pacífica entre diferentes grupos religiosos e pessoas com diferentes convicções.
3. História de discriminação: Muitas vezes, a religião foi usada, e é usada, como justificativa para discriminação e perseguição ao longo da história. Proteger a liberdade religiosa visa prevenir tais abusos e garantir que todos tenham direitos iguais, independentemente de sua afiliação religiosa.
4. Intimidade e privacidade: As crenças religiosas são frequentemente vistas como parte da identidade pessoal de um indivíduo e podem envolver aspectos muito íntimos de sua vida. Proteger a privacidade religiosa é fundamental para garantir o respeito pela autonomia individual e a integridade pessoal.
Portanto, embora a religião receba uma proteção especial em termos de privacidade e liberdade pessoal, isso não significa que outras formas de identidade ou convicção devam ser menosprezadas. Em uma sociedade democrática e pluralista, todos os indivíduos devem ser tratados com igual respeito e dignidade, independentemente de suas crenças religiosas ou outras características pessoais.
Além disso, o Brasil é um país com grande diversidade religiosa, onde várias religiões coexistem, incluindo o cristianismo evangélico, o catolicismo, religiões afro-brasileiras, entre outras. Portanto, é improvável que uma única religião domine amplamente em todos os órgãos públicos. Mas o propósito dos líderes da teologia do domínio é ser uno/único no domínio do estado brasileiro. Por isso se impõem como sendo da religião única, verdadeira por inspiração divina, de deus.
É importante também considerar que a constituição brasileira estabelece a laicidade do Estado, o que significa que o governo deve ser neutro em relação às religiões, garantindo liberdade religiosa e separação entre Estado e religião. Assim, acredita-se que a religião dos funcionários públicos não deve influenciar nas decisões e políticas governamentais. Mas os que acreditam nisso estão errados. Estão influenciando sim!!
Diante da constituição brasileira, religião e política não devem se misturar, pois são incompatíveis. Sim, de acordo com a Constituição Brasileira, a separação entre religião e política é um princípio fundamental. O Estado brasileiro é laico, o que significa que não adota oficialmente nenhuma religião e deve garantir a liberdade religiosa de todos os cidadãos, bem como manter uma neutralidade em relação às questões religiosas.
Portanto, a separação entre religião e política é importante por várias razões:
1. Liberdade religiosa: A separação evita a imposição de uma religião específica sobre os cidadãos, garantindo que todos tenham o direito de praticar livremente sua religião ou crença, ou de não praticar nenhuma. Mas isso não é respeitado por ‘lideranças’ evangélicas do campo da doutrinação pentecostal, da teologia do domínio que se propõem ser única/una.
2. Igualdade e não discriminação: Ao manter a neutralidade em relação às questões religiosas, o Estado, em tese, promove a igualdade entre os cidadãos, independentemente de sua afiliação religiosa. Isso ajuda, teoricamente, a prevenir a discriminação com base na religião. O Estado brasileiro está falhando usando como escudo ser o ‘Estado Democrático de Direito’. Daí, se assume como omisso, logo, cumplice e responsável do que tem ocorrido nas últimas duas décadas.
3. Pluralismo e diversidade: Acredita-se que a separação entre religião e política permite a coexistência pacífica de diferentes grupos religiosos e pessoas com diferentes convicções. E que isso promove um ambiente de respeito mútuo e tolerância em uma sociedade pluralista. Não é isso que os ‘teólogos do domínio’ demonstram concordar e querer. No ideário é perfeito.
4. Independência das instituições: Ao separar religião e política, as instituições governamentais podem se concentrar em questões seculares, como políticas públicas, legislação e administração, sem interferência de considerações religiosas. Isso, na prática, não é fato consumado no Estado brasileiro. Fato é o que temos vivenciado principalmente a partir da eleição do necrobolsoneropata de fala teofascinazista.
Portanto, embora os cidadãos tenham o direito de expressar suas crenças religiosas na esfera pública, é importante que o Estado brasileiro mantenha sua neutralidade religiosa e evite a interferência da religião nas decisões políticas e governamentais. Não pode se omitir disso. Isso é essencial para garantir uma sociedade democrática, pluralista e respeitosa dos direitos individuais.
Quanto a não dever influenciar nas decisões e políticas governamentais. Analiso que, explicitamente, estão influenciando e obtendo êxitos nas decisões legislativas, principalmente no congresso nacional. Invisivelmente, no judiciário. Disfarçadamente em ministérios, em instituições publicas administrativas e deliberativa. Não é difícil de ser percebidas as influencias e decisões tomadas.
Quanto ao projeto-político-teocrático-pentecostal de Edir Macedo e sua orcri-empresa ‘da fé’, esse mantém acelerado o Brasil rumo à DITADURA de uma teocracia-pentecostal-edirmacediana, descrita claramente em seu livro: PLANO DE PODER.
E, qual a mensagem de Edir Macedo em seu livro, PLANO DE PODER?!
Edir Macedo revela seu plano político em livro. Líder da Igreja Universal incita os evangélicos a tomar o poder. Objetivo seria construir o projeto de nação de Deus…
O livro “Plano de Poder”, escrito por Edir Macedo e Carlos Oliveira, demonstra que “deus” tem um grande projeto de nação elaborado por ‘Ele’ mesmo e que é da responsabilidade dele, Edir, a partir da sua igreja, apresentá-lo e colocá-lo em prática. O objetivo no livro é esclarecer aos leitores assuntos acerca da política, sobretudo dos pontos de vista bíblico e técnico, e suas finalidades. Além disso, contribui para o amadurecimento ‘político’ e democrático” do país1 2. Segundo sua versão!!
Na Bíblia, em Gênesis, Deus dá uma aula de planejamento, organização e execução de ‘Sua’ ideia. A obra busca inspirar os cristãos [evangélicos, pentecostais] a compreenderem seu papel na sociedade e a atuarem de forma “consciente” e “responsável” na ‘política’, alinhando-se aos princípios divinos2. Também, na versão d’ele. Falsa!!
Edir Macedo é um autor best-seller, com mais de 50 títulos publicados e milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Seu trabalho para difundir a “Palavra de Deus” através da obra missionária teve início na década de 70 e deu origem à Igreja Universal, que se espalhou pelo mundo inteiro e hoje está presente em mais de 130 países. Por meio de mensagens compartilhadas diariamente em suas mídias sociais, Edir Macedo busca levar as pessoas à prática da fé “inteligente”, e o resultado não poderia ser outro: milhões de vidas transformadas por uma “Palavra” para a qual não há impossíveis1.
O que há é um inferir por trás do jogo de palavras chaves, de efeito psicossocial-religioso que produz uma terrível lavagem cerebral nas pessoas que passam a frequentar seus “templos”, leitores de suas obras, radiouvintes e telespectadores de seus canais rádio-televisivo.
ANÁLISE e CONCLUSÃO… de PROF. Negreiros Deuzimar Menezes. – Consultor
Em 28/02 a 6/03/2024
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Fonte para a fundamentação: consultas/pesquisas em livros/dicionários, sites na web e seleção; elaboração, adaptação, produção e organização…:
― POR PROF. Negreiros Deuzimar Menezes. No dia de hoje, aos 67a, 3m e 6d.
Professor (de Professo…)(*) Transdisciplinar; Consultor; Filo-Pedagogo de formação; Livre Educador Filo-eco-poli-social Transdisciplinar; Pós-Graduado em Docência da Educação Superior; Gestão e Educação Ambiental; Gestão em Auditoria e Pericia Ambiental; Gestão de Sistema Prisional. Graduado em Pedagogia e Filosofia; Radio-jornalista–DRT nº 0772/91-MA. Diretor-Presidente e Fundador em 1997, da Fundação Brasil de Fomento a Educação Ambiental e Humanística. Ativista Ambiental Independente; Livre Pensador Subversivo. Não-Materialista. Sem emprego; sem aposentadoria; Sem renda!! E que aqui me encontro, em 22/23 de fevereiro de 2024, autoexilado num canto, na floresta da RPPN, minha propriedade desde 1980, em um lugar qualquer deste vasto planeta que se encontra sendo assassinado por… Antiflorestas… Antinatureza… Pró-acumulador-capitalista.
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