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Todos os caminhos da corrupção do Kit robótica levam a pessoas próximas de Arthur Lira

(foto marcelo camargo – ag brasil)

Da RBA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) indicou R$ 32,9 milhões do orçamento secreto em 2021 para a compra de kits de robótica sob investigação da Polícia Federal (PF). Desse total, o governo liberou R$ 29,7 milhões para pagamento. A compra desse material pedagógico destinado a escolas de 43 municípios de Alagoas, com necessidades ainda mais básicas, envolve a distribuição de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre 2019 e 2022.

A informação é do Estadão, que localizou pagamentos no valor R$ 17 milhões para os municípios indicados por Lira até o momento. O restante, segundo o jornal, ainda está “pendurado”, à espera de quitação pelo governo federal. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a anulação de todos os contratos que ainda não foram finalizados.

Segundo a PF há superfaturamento e favorecimento para uma única empresa fornecedora. E o presidente da Câmara é o “padrinho” dos recursos em pelo menos nove cidades, conforme o Estadão. Em Canapi, município de 17,7 mil habitantes, Lira emplacou R$ 5,8 milhões para a compra dos equipamentos de robótica. Em União dos Palmares, com 66 mil habitantes, a indicação foi maior, de R$ 9,2 milhões. O dinheiro efetivamente liberado pelo governo para esse município foi de R$ 7,4 milhões.

As duas prefeituras, que ficam a mais de 200 quilômetros de distância, contrataram a mesma empresa para fornecer os produtos: a Megalic LTDA. Um dos sócios da companhia é o empresário Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), aliado de Lira.

Após operação da PF, Arthur Lira tentou se desvencilhar de irregularidades
Na semana passada, a PF deflagrou operação após apontar fraude nas licitações. Na ocasião, apreendeu R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo. E um cofre cheio de notas de reais e dólares em Maceió. O motorista do ex-assessor de Lira é suspeito de receber dinheiro do esquema em Brasília.

Após a operação, Lira tentou se desvencilhar de irregularidades. “O que eu posso dizer é que eu, tendo a postura que tenho, em defesa das emendas parlamentares que levam benefícios para todo o Brasil, para toda a população, eu não tenho absolutamente nada a ver com o que está acontecendo”, disse em entrevista à Globo News.

Seu assessor, Luciano Ferreira Cavalcante, trabalhava na liderança do PP da Câmara, gabinete controlado por Arthur Lira. Mas foi exonerado após a operação. No domingo (4), a TV Globo mostrou imagens da investigação, nas quais o motorista de Cavalcante, que não teve o nome divulgado, recebendo sacolas – supostamente cheias de dinheiro – de um casal apontado como operador do esquema criminoso.

Luciano Cavalcante mora em Maceió. Recebia salário mensal de R$ 14,7 mil na liderança do PP na Câmara. Em 2018, quando Lira era líder do partido na Casa, ele foi nomeado secretário particular do gabinete. Presidente do União Brasil em Maceió, ele esteve ao lado de Arthur Lira na campanha de 2022. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), as fraudes causaram prejuízo de R$ 8,1 milhões para os cofres públicos. (Da RBA)

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