A Universidade Federal do Rio Grande – FURG, o Ponto de Cultura ArtEstação (Rio Grande-RS), o Acervo João Zinclar (Campinas/SP) e a família de João Zinclar, realizam um conjunto de eventos em Rio Grande (RS) cidade natal do fotógrafo, em janeiro de 2023, para marcar os 10 anos do falecimento de João Zinclar: um Seminário sobre fotografia, uma exposição com o recorte “Ferrovia” presente na obra do fotógrafo operário e uma roda de conversa sobre a vida e a obra do fotógrafo.

(Imagem: Divulgação)

Os principais objetivos deste projeto são celebrar a vida e a obra do fotógrafo riograndino João Zinclar Lima Silva (1956-2013), divulgar a produção fotográfica de João Zinclar e promover encontros para debater a importância do fotógrafo por meio das memórias de familiares, amigos e companheiros de trabalho.

O projeto configura uma homenagem e o reconhecimento de João em sua cidade natal, o evento proporciona a propagação da cultura e do olhar do fotógrafo em torno de temáticas como: movimentos sociais, a luta da classe trabalhadora e a transposição do Rio São Francisco; esta última resultou no livro autoral intitulado “O Rio São Francisco e as águas no sertão”. Essa obra literária será divulgada em atividade a ser realizada na Hippocampus Sebo e Livraria (Cassino/RS).

Veja abaixo mais detalhes da programação:

PROGRAMAÇÃO – https://ajz.campinas.br/exposicao-rio-grande/

12 de janeiro de 2023 – 19h – Abertura da exposição no Ponto de Cultura ArtEstação (Cassino/RS). Título: Trens, estações e pessoas: pelo olhar de João Zinclar, o fotógrafo operário.

13 de janeiro – 14h – ILA/Arte Visuais – FURG, Campus Carreiros (Rio Grande/RS) – Mesa de debate: A fotografia e os movimentos sociais – um debate sob as lentes de João Zinclar.

Abertura – Rhayane Lima Silva Teixeira – leitura do texto de Joaquim Fernandez

Apresentação projeto – Prof. Cláudio Azevedo

Mesa de debate – participantes: Sônia Fardin (AJZ); Marcelo Gobatto (ILA/FURG); Carlos Machado (IE/FURG). Mediação: Célia Pereira.

14 de janeiro – 17 h – Hippocampus Sebo e Livraria (Cassino/RS). Roda de conversa: Histórias e memórias acerca do fotógrafo João Zinclar.

Participantes: Carlos Filipe Tavares, Bira Dantas, Victoria Ferraro Lima Silva, José Cleber Lima Silva, Profa. Silvia R. Modena Martini – representando o AEL – Unicamp, TC Silva – representando a Casa de Cultura Tainã, TC Silva – representando a Casa de Cultura Tainã, Batata representando o grupo de apoiadores do AJZ, Danilo Ciacco representando os funcionários do MIS-Campinas, Sidalino Orsi Junior (Pato) representando Metalúrgicos de Campinas e demais convidados, familiares e amigos. Mediação: Sônia Fardin.

A EXPOSIÇÃOTRENS, ESTAÇÕES E PESSOAS: PELO OLHAR DE JOÃO ZINCLAR, O FOTÓGRAFO OPERÁRIO

Na primeira exposição em sua cidade natal, a escolha do tema se deve a relação de João Zinclar com a ferrovia, presente nos registros de suas viagens pela América Latina; assim como presente na História dos riograndinos.

Também porque foi tema de seu último trabalho em janeiro de 2013, ao voltar de uma ação militante em Ipatinga(MG) ele decidiu realizar um antigo desejo de registar a Ferrovia Vitória à Minas.

A exposição apresenta séries de fotos realizadas na Bolívia em 2008, em Campinas (SP) em 2011 e em trecho da Ferrovia Vitória à Minas (ES/MG) em 2013.

São imagens que expressam a relação afetiva e atenta do fotógrafo com o tema, dividido em três séries.

As séries Viajantes e trabalhadores e Paisagens e estações ressaltam o olhar poético dedicado aos usuários, em especial às crianças, assim como aos trabalhadores ferroviários. Sempre identificado com a classe trabalhadora, Zinclar documentou os que, como ele, partilham do mesmo afeto com a memória ferroviária como parte da vida cotidiana de populações trabalhadoras latino-americanas.

As sequências identificadas como Olhar de Cinema, foram inseridas para dialogar com a forma como o olhar fotográfico de João incorporava em seu trabalho seus conhecimentos de cinéfilo e admirador da força narrativa do cinema. Uma busca por capturar o mais expressivo movimento do Sujeito que efetivamente realiza a força de trabalho que move as máquinas para produzir e fazer circular riquezas.

Como na grande maioria de suas imagens, foi a este Sujeito que Zinclar dedicou sua vida como fotógrafo operário.

(Carta Campinas com informações de divulgação)