A próxima edição do Projeto Cine DCult, da Unicamp, exibe o documentário “Máquina do Desejo: 60 Anos do Teatro Oficina” (2021), dos diretores e roteiristas Joaquim Castro e Lucas Weglinski, na próxima quarta-feira (28/9), às 18h, no gramado em frente ao Centro de Convenções da Unicamp. A entrada é gratuita.

Máquina do Desejo – Frame (Imagem: Divulgação)

Nessa espécie de “antropofagia cinematográfica” se reúne o Teatro Oficina, o diretor José Celso Martinez Corrêa e todo o elenco da companhia teatral paulistana.

Trata-se da segunda edição do Cine DCult, que tem a coordenação da Diretoria de Cultura (DCult), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Unicamp. A primeira delas aconteceu em junho com a exibição do filme Summer of Soul (…Ou, Quando a Revolução Não Pode ser Televisionada), documentário do multiartista norte-americano Ahmir Questlove Thompson.

Para Cacá Machado, Coordenador Geral da DCult e professor do Instituto de Artes da Unicamp, “o Cine DCult funciona como um selo curatorial voltado à valorização da cultura do cinema e do audiovisual. Nosso objetivo é promover diversas ações, tanto nos campi da Unicamp quanto em outras universidades, equipamentos culturais e espaços públicos das cidades”, destaca Cacá.

Máquina do Desejo

Máquina do Desejo – Frame (Imagem: Divulgação)

A escolha pelo documentário “Máquina do Desejo” não foi aleatória.De acordo com Carol Cantarino, Coordenadora Adjunta da DCult, a exibição reafirma o papel da universidade como um lugar de valorização da diversidade. “Queremos oferecer ao público o contato com diferentes visualidades, não só aquelas a que estamos habituados com os filmes do streaming e do circuito comercial. Fazendo isso, valorizamos o cinema como uma experiência que nos oferece outros modos de perceber e sentir a realidade, e outras maneiras de nos relacionarmos com as imagens”, reflete Carol.

O documentário “Máquina do Desejo”, lançado durante o 26º É Tudo Verdade 2021, tem a importante missão de recontar na telona as mais de seis décadas de produção artística e ativa do célebre Teatro Oficina, fundado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa e grandes nomes do teatro brasileiro, entre os quais Renato Borghi, Etty Fraser e Fauzi Arap, em 1958, em São Paulo.

“Trata-se de um importante grupo que, durante esses mais de sessenta anos, busca descobrir sua própria linguagem, uma linguagem realmente brasileira, e, para que isso aconteça, se constrói e desconstrói sucessivamente a partir de uma autocrítica voraz e de um compromisso com a invenção e a liberdade das quais jamais abriram mão e se tornaram os fundamentos do grupo”, avalia o diretor Lucas Weglinski.

Para narrar essa trajetória livre e revolucionária, que marcou a história do teatro brasileiro, o documentário lançou mão do acervo audiovisual da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, que, atualmente, está preservado no Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), da Unicamp.

“Máquina do Desejo busca esse corpo em terno processo, essa experiência de imersão e transe para levar o espectador a uma viagem pelos elementos criadores que orbitam esse cosmos que é o Oficina. Desejamos fazer do espectador um participante capaz de criar sua própria jornada pelas camadas que atravessam as engrenagens dessa grande máquina coletiva coroada pelo poder do desejo”, convida o diretor.

Vale ainda destacar que, ao mesmo tempo em que traça poeticamente a trajetória da companhia, o documentário, com 110 minutos, traz à tona vivências artísticas de figuras emblemáticas do cenário artístico do Brasil, como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão.

SINOPSE

Em seis décadas, o Teatro Oficina fez mais do que revolucionar a linguagem teatral no país: a influência estética da companhia de José Celso Martinez Corrêa estende-se do Tropicalismo à renovação das linguagens audiovisuais brasileiras a partir dos anos 1960.

O filme revisita uma história que envolve personalidades como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão, aproxima arte cênica, ecologia, arquitetura e sexualidade, e mistura arte e vida na busca de uma linguagem verdadeiramente brasileira.

PRÊMIOS

Prêmio EDT 2021 de Melhor Edição de Longa

Menção Honrosa 26º É Tudo Verdade 2021

Prêmio de Mejor Documental no FICCSUR 2021 (Chile)

Prêmio Memória do País nos 25 Anos do Brazilian Film Festival (NY, L.A. e Miami)

Menção Especial pela Excelência em todos quesitos premiados no 7º Arquivo em Cartaz 2021

Prêmio de Público de Melhor Longa no 29º Festival Mix Brasil 2021

Prêmio Contribuição Artística no 28º Festival de Cinema de Vitória 2021

Prêmio Especial do Júri no 12º Festival Internacional de Cinema da Fronteira 2021

Finalista no Prêmio ABC 2021 de Melhor Edição de Longa Documentário

Rough Cut do DOCSP 2018, ministrado pela Karen Akerman, e 1 dos 3 documentários brasileiros convidados junto de Karin Aïnouz e Coraci Ruiz para a Mostra DOCSP 2021

Sessão Especial seguida de debate como Palestrante Convidado da Harvard University para Painel com professores e alunos sobre o filme (Março de 2022)

FICHA TÉCNICA

Direção, Roteiro e Montagem – Joaquim Castro e Lucas Weglinski

Produção Executiva – Clara Ramos, Heloisa Jinzenji, Fernando Nogueira e Lucas Weglinski

Música – Guilherme Vaz, Zé Miguel Wisnik, Surubim, Edgar Ferreira e Caetano Veloso

Edição de Som e Mixagem – Edson Secco (Sonideria)

Desenho de Som – Edson Secco, Joaquim Castro e Lucas Weglinski

Pesquisa Audiovisual – Eloa Chouzal

Animações – Átila Fragozo e Marcelo X

Realização – Governo Estado SP (ProAC)

Produção – Agalma Filmes e Opy Filmes

Coprodução – Loma Filmes, Teat(r)o Oficina e Canal Brasil

Apoio – Cavideo, Diase, Sonideria e TV Cultura

Projeto Cine DCult com a exibição de Máquina do Desejo: 60 Anos do Teatro Oficina
Quando: Quarta-feira (28/9), às 18h
Onde: Gramado em frente ao Centro de Convenções da Unicamp (Cidade Universitária Zeferino Vaz, em Barão Geraldo, em Campinas/SP)
Quanto: Grátis

(Carta Campinas com informações de divulgação)