O governo Bolsonaro colocou sob sigilo as informações sobre os encontros de Jair Bolsonaro (PL) com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de pedirem propina em troca da liberação de recursos do MEC (Ministério da Educação) para prefeituras.
A decisão reforça a necessidade da criação de uma CPI para investigar. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou em rede social que é necessário fazer a investigação. “Primeiro, uma força-tarefa para travar a #CPIdoMEC no Senado. Agora, sigilo na agenda de Bolsonaro com os lobistas envolvidos no #BolsolaodoMEC. Eles têm muito a esconder e o desespero está batendo. Mais motivos para a CPI do MEC!”, escreveu Randolfe, que havia coletado as 27 assinaturas para a CPI, mas alguns senadores desistiram.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), Bolsonaro assinou a sua confissão de culpa. “O Planalto decretou sigilo nas informações sobre os encontros do presidente com pastores lobistas do MEC. Ele quer esconder aquilo que todo mundo já sabe: tá envolvido até o talo com a corrupção no Ministério da Educação”, afirmou no Twitter.
O jornal O Globo pediu por meio da Lei de Acesso à Informação “a relação das entradas e saídas dos dois pastores no Palácio do Planalto, incluindo os registros que tiveram como destino o gabinete presidencial”. A informação, explica o jornal, “é diferente daquelas que constam da agenda do presidente, pois tratam da identificação feita nas portarias do prédio, tanto na entrada como na saída, pois nem todos os encontros de Bolsonaro são divulgados”.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro Augusto Heleno, respondeu ao pedido alegando que este ‘não poderia ser atendido’ porque a divulgação dessa informação colocaria em risco a vida de Bolsonaro e de seus familiares.
Os religiosos negam ter praticado qualquer irregularidade. Eles são investigados pela Polícia Federal. O escândalo levou o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro a deixar o cargo. (Com informações do 247)