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Acampamento Marielle Vive, em Valinhos, tem ato de solidariedade após atentado a tiros

(foto rafael martarello)

Neste sábado (16), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Estado de São Paulo e apoiadores(as) organizaram um ato político em solidariedade ao Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), durante atividade que integram a “Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária: por Terra, Teto e Pão!”

Na semana passada, o acampamento foi alvo de atentado a tiros. O atentado deixou toda a comunidade em alerta sobre os riscos sobre a integridade e vida das 450 Famílias Sem Terra que moram no local. Dessa forma, o ato celebra a resistência, mas também acontece com o ímpeto de ecoar a denúncia sobre o aumento da violência no campo e como ela se reflete literalmente no cotidiano da ocupação do Marielle Vive.

O encontro também presta homenagens em memória aos 21 trabalhadores que morreram na luta pela terra em Eldorado dos Carajás (PA), durante o massacre que completa 26 anos e continua impune. O artista Francisco, da banda El Hombre e a influencer Laura Sabino se manifestaram nas redes sociais em solidariedade às famílias Sem Terra, Francisco gravou em vídeo um apelo solidário, durante visita ao acampamento.

Além dos mártires de Carajás, será homenageada também a memória de Seu Luis Ferreira Costa, militante Sem Terra do Acampamento Marielle Vive de Valinhos, que foi morto durante uma manifestação que reivindicava o abastecimento de água negado pela prefeitura, em 2019. Seu Luis foi atropelado na Estrada Jequitibá por Leo Luiz Ribeiro, réu confesso por crime triplamente qualificado, condenado à 20 anos, mas que cumpre pena fora da prisão por determinação da Justiça.

“O ato exige que os responsáveis pelo assassinato de Seu Luis, por esses ataques, e os outros que já aconteceram sejam punidos perante a lei. Desde Eldorado dos Carajás que foi há 26 anos, a gente não tem ainda a punição pros responsáveis pelo massacre… isso vai acontecer também com o Seu Luis, isso vai acontecer também com as pessoas que estão atirando em frente ao acampamento pra machucar as pessoas”, declarou Tassi Barreto, da direção estadual do MST, afirmando que as famílias Sem Terra não estão sozinhas.

Criado em 14 de abril, no marco das Jornadas de Luta de 2018, o Acampamento homenageia em seu nome o legado da mártir popular Marielle Franco; ocupando uma área ociosa reivindicada pela Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários – em região assediada pela especulação imobiliária de Valinhos, conhecida por concentrar condomínios de luxo. Apesar dos ataques, as famílias resistem produzindo alimentos e continuam mobilizadas por Reforma Agrária Popular e contra as violências. (Com informações de divulgação-mst)

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