Teatro Oficina apresenta a célebre obra de Beckett, ‘Esperando Godot’, e invoca uma força cosmopolítica de insurreição da vida

Em São Paulo – A peça de Samuel Beckett, escrita pós Segunda Guerra Mundial, nasce para o mundo mais uma vez, como sempre surgiu, entre guerras, agora pelos olhares aguçados e direção magistral de Zé Celso. O espetáculo, cuja estreia acontece no palco do Teatro do Sesc Pompeia, marca a primeira reapresentação do grupo Teatro Oficina após dois anos desde a suspensão imposta pela pandemia de Covid-19; e celebra o aniversário do dramaturgo, comemorado no dia 30 de março.

(Foto: Jennifer Glass)

Esperando Godot é uma peça de forte simbologia para a Companhia – foi o último espetáculo de Cacilda Becker (1969), força motriz de criação para as muitas gerações de artistas do Teat(r)o Oficina. Escrita pelo dramaturgo irlandês Samuel Beckett em 1953, o clássico da literatura – e também do teatro – aborda questões filosóficas sobre a condição humana onde o tempo não existe senão como uma eternidade imóvel e morta, instigando-nos a refletir sobre o absurdo da existência a partir da vida social e do choque do homem consigo mesmo, percebendo o íntimo da perplexidade desse encontro. A peça explora uma situação estática e faz parte do movimento artístico-cultural conhecido como “Teatro do Absurdo”, nascido na França, no começo da década de 50, no qual apresenta temas absurdos, fora da realidade, com aspectos tragicômicos.

Para a trupe de teatro, “A Árvore que está presente no Beckett é uma personagem muito importante na montagem de 2022, totem das transmutações do tempo, é um sujeito que catapulta ações na cena e fora dela. Tem correspondências diretas com a árvore plantada por Lina Bo Bardi, nos anos 80, nas terras internas do chão do Teat(r)o Oficina: uma Cesalpina; faz ligação direta, ainda, com o abacateiro tombado pela tempestade e que insiste em germinar e dar frutos, na horizontal, mais vivo do que nunca, no último chão de terra livre do centro de sp, entre as ruas jaceguai, japurá, santo amaro e abolição. A Árvore de Esperando Godot é o que insiste e reexiste como força cosmopolítica de insurreição da vida, como o rio Bixiga, que corre a 4m do chão, no epicentro das terras verdes que circundam o Teat(r)o Oficina.”

A peça conta também com o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de quase 30 anos. O ator viveu o Rei Cláudio na montagem de Ham-let, de William Shakespeare em 1993, espetáculo que reinaugurou o Teat(r)o Oficina, com o atual projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito.

Vladimir (Alexandre Borges) e Estragão (Marcelo Drummond) (Foto: Jennifer Glass)

São (re)conexões que marcam um novo ciclo.

Evoé!  

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Sinopse:

Estragão (Marcelo Drummond) e Vladimir (Alexandre Borges) são dois palhaços vagabundos que se encontram no fim do mundo, na encruzilhada entre a paralisia e a tomada da ação. Enquanto esperam Godot, embora não saibam quem ou o que é, a dupla se encontra com as personagens que passam pela estrada: Pozzo – O Domador (Ricardo Bittencourt), Felizardo – A Fera (Roderick Himeros) e O Mensageiro (Tony Reis), que traz notícias inquietantes que podem determinar a perpetuação da inércia ou a libertação total da paralisia numa reviravolta absurda.

Mas, afinal, até quando Esperar Godot?

Esperando Godot
de Samuel Beckett

dias: 30 e 31/03; 1º, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 14, 16, 17/04

Teatro do Sesc Pompeia

horário: quarta a sábado, 19h. domingo, 17h. (15/04, feriado da Sexta-feira Santa, não haverá apresentação)

ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes e meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência).

Duração: 3h30 (com intervalo de 15 minutos)

Indicação etária: 18 anos

O que é preciso para entrar na Unidade? Basta apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 (duas doses ou dose única) na entrada. Crianças a partir de 5 anos também devem apresentar comprovante, com pelo menos uma dose. É recomendado o uso de máscara, sendo obrigatório nos espaços de atendimento odontológico, ambulatórios e locais de exames dermatológicos.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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