Em São Paulo – Encantado é o título da nova criação da Lia Rodrigues Companhia de Danças que se inicia no contexto da crise sanitária provocada pelo covid-19. A escolha desse título nasceu do desejo de usar a magia e a encantação como guias para conduzir o processo criativo que acontece nesse momento dramático em que vivemos no Brasil. Além dessa obra, também será apresentado, no Sesc Pinheiros, o espetáculo Fúria, que fez temporada nacional em 2019. Encantado faz temporada de 17 de março a 10 de abril; já Fúria fica em cartaz nos dias 14, 16 e 17 de abril.

Encantado (Foto: Sammi Landweer)

A palavra “encantado”, do latim incantatus, designa algo que é ou foi objeto de encantamento ou de feitiço mágico. ‘Encantado’ é também sinônimo de maravilhado, deslumbrado ou fascinado e também uma expressão de cumprimento social.

No Brasil, a palavra ‘encantado’ tem ainda outros sentidos. O termo se refere às entidades que pertencem a modos de percepção de mundo afro-ameríndios. Os ‘encantados’, animados por forças desconhecidas, transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados.

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Como encantar nossos medos e nos colocarmos no coletivo, próximos uns dos outros? Como encantar o que nos cerca , imagens , danças e paisagens e transformá-las em nossos corpos e ideias? Como entrar em encantamento e nos acoplarmos, nós e o ambiente, em arranjos variados e ir ao encontro dos seres viventes em toda a sua diversidade?

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São seres que atravessam o tempo e se transmutam em diferentes expressões da natureza. Não experimentaram a morte, mas seguiram em outro plano, ganhando atribuições mágicas de proteção e de cura. Deste modo, as ações predatórias que ameaçam a vida na Terra, a destruição sistemática das florestas, dos rios e do mar impactam também a existência dos Encantados. Não há como separar os encantados da natureza ou a natureza desses seres.

Em Fúria, um mundo povoado de imagens de dor, beleza, violência, opressão e liberdade se constrói e se desmancha sem trégua, diante dos olhos do público. Os corpos dos intérpretes da companhia se destacam e se perdem em meio às roupas, sacos plásticos, rejeitos, em uma mistura de cores, formas e texturas. Um trecho de uma música tradicional dos povos indígenas Kanak, da Nova Caledônia, repetido infinitamente, acompanha grande parte da performance.

“Como espiar o tempo em um mundo dominado por uma infinidade de imagens contrastantes – medonhas e belas, sombrias e luminosas – atravessadas por uma infinidade de perguntas não respondidas e perpassadas por contradições e paradoxos? Como espiar o tempo em um mundo de fúria? Como dar visibilidade e voz ao que está invisível e silenciado?”. Esses são alguns dos questionamentos que Lia destaca como desencadeadores da obra.

Ficha Técnica – Encantado

Criação: Lia Rodrigues

Dançado e criado em estreita colaboração com Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Da Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, Joana Lima, David Abreu, Matheus Macena, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre

Assistente de criação: Amália Lima

Dramaturgia: Silvia Soter

Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer

Criação de luz: Nicolas Boudier com assistência técnica de Baptistine Méral e Magali Foubert

Operação de luz: Jimmy Wong

Trilha sonora/mixagem: Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do povo GUARANI MBYA/aldeia de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas durante a marcha de povos indígenas em Brasília em agosto e setembro de 2021 contra o ‘marco temporal ‘, uma medida inconstitucional, que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas).

Produção e difusão: Colette de Turville com assistência de Astrid Toledo

Administração França: Jacques Segueilla

Produção Brasil: Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado

Produção e idealização do projeto Goethe Instituto: Claudia Oliveira

Secretária: Glória Laureano

Professores: Amalia Lima, Sylvia Barretto, Valentina Fittipaldi

Uma coprodução de Scène nationale Carré-Colonnes; Le TAP – Théâtre Auditorium de Poitiers; Scène nationale du Sud-Aquitain; La Coursive — Scène nationale de La Rochelle; L’empreinte, Scène nationale Brive-Tulle; Théâtre d’Angoulême Scène Nationale; Le Moulin du Roc, Scène nationale à Niort; La Scène Nationale d’Aubusson; Kunstenfestivaldesarts (Brussels); Brussels, Theaterfestival (Basel); HAU Hebbel am Ufer (Berlin); Festival Oriente Occidente (Rovereto); Theater Freiburg; l’OARA – Office Artistique de la Région Nouvelle Aquitaine; Julidans (Amsterdam); Teatro Municipal do Porto; Festival DDD, dias de dança; Chaillot — Théâtre national de la Danse (Paris); Le CENTQUATRE-PARIS; e Festival d’Automne à Paris.

Com apoio de FONDOC (Occitanie)/França; Fundo internacional de ajuda para as organizações de cultura e educação 2021 do ministério federal alemão de Affaires étrangères, do Goethe-Institut et de outros parceiros; Fondation d’entrepriseHermès/França, com a parceria de France Culture

Lia Rodrigues é artista associada do Théâtre national de la Danse (Paris); Le CENTQUATRE-PARIS

Uma produção da Lia Rodrigues Companhia de Danças com apoio da Redes da Maré (Campanha “ A Maré diz não ao Coronavírus – projeto Conexão Saúde”) e do Centro de Artes da Maré .

Agradecimentos: Thérèse Barbanel, Antoine Manologlou, Maguy Marin, Eliana Souza Silva, equipe do Centro de Artes da Maré.

“Encantado” é dedicado para Olivier.

Ficha técnica – Fúria

Criação: Lia Rodrigues

Assistente de criação: Amália Lima

Dançado e criado em estreita colaboração com: Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, Joana Lima, David Abreu, Matheus Macena, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre

Também criado por: Felipe Vian, Clara Cavalcante, Karoll Silva

Dramaturgia: Silvia Soter

Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer

Criação de Luz: Nicolas Boudier

Operação de Luz: Jimmy Wong

Produção e difusão internacional: Colette de Turville

Produção e difusão Brasil: Gabi Gonçalves/ Corpo Rastreado

Secretária/administração: Glória Laureano

Professoras: Amália Lima, Sylvia Barreto

Coprodução: Chaillot — Théâtre national de la Danse, CENTQUATRE-Paris, Fondation d’entreprise Hermès dans le cadre de son programme New Settings, Festival d’Automne de Paris, MA scène- nationale, Pays de Montbéliard, Les Hivernales – CDNC (França); Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main, Festival Frankfurter Position 2019 –BHF-Bank-Stiftung, Theater Freiburg, Muffatwerk/Munique (Alemanha); Kunstenfestivaldesarts, Bruxelas (Bélgica); Teatro Municipal do Porto, Festival DDD – dias de dança (Portugal).

Uma realização da Lia Rodrigues Companhia de Danças com o apoio da Redes da Maré e do Centro de Artes da Maré.

Lia Rodrigues é uma artista associada ao Chaillot-Théâtre national de la Danse e ao CENTQUATRE, França.

Agradecimentos: Zeca Assumpção, Inês Assumpção, Alexandre Seabra, Mendel Landweer, Jacques Segueilla , equipe do Centro de Artes da Maré e da Redes da Maré.

Fúria e Encantado | Lia Rodrigues Companhia de Danças

Local: Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran (1010 lugares) (R. Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo – SP)

Encantado

De 17 de março a 10 de abril de 2022.

Quinta a sábado, às 21h. Domingos, às 18h

Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (credencial plena/meia)

Duração: 60 minutos

Classificação: 16 anos

Fúria

Dias 14, 16 e 17 de abril de 2022

Quinta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h

Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (credencial plena/meia)

Duração: 70 minutos

Classificação: 16 anos

(Carta Campinas com informações de divulgação)