O melhor sistema de previdência do mundo, da Islândia, é um modelo semelhante ao modelo brasileiro estabelecido na Constituição de 88. Atualmente, a previdência da Islândia tem tanto dinheiro em caixa que o governo está estudando o que fazer com tantos recursos arrecadados.
O sistema tem guardado US$ 50 bilhões, equivalente a algo próximo de 200% do Produto Interno Bruto (PIB) da Islândia. “O sistema agora enfrenta as consequências do seu próprio sucesso”, disse Hans van Meerten, professor de direito previdenciário europeu da Universidade de Utrecht, na Holanda, em entrevista à BBC Mundo.
O modelo de financiamento islandês é muito parecido com o que foi estabelecido na Constituição de 88. No artigo 195, os constituintes estabeleceram o financiamento: eles colocaram lá uma fonte variada desse financiamento: contribuição de trabalhadores e empregadores na folha de pagamento, as empresas com o lucro (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), contribuição sobre o consumo, Cofins (contribuição para o financiamento da seguridade social), Pis-Pasep, arrecadação sobre a venda de produtos rurais, arrecadação sobre todas as importações e várias outras fontes menores como loterias e outros. Ou seja, a Constituição garante recursos para a aposentadoria da população, dando segurança na velhice.
O sistema público islandês também é financiado com impostos, com contribuições previdenciárias de trabalhadores e das empresas. Ele prevê contribuição mínima de 12% sobre o salário, sendo 4% pagos pelos empregados e 8% pelos empregadores. Muito parecido com o brasileiro e mostra a importância dos impostos no equilíbrio da previdência. No Brasil se dizia que a previdência tinha déficit porque se exclui de forma desonesta o financiamento com impostos e não se combate as altas aposentadorias e privilégios.
O sistema público islandês, financiado com impostos, tem duas modalidades: uma básica, que inclui toda a população, exceto os ricos, e uma complementar, que também tem limites em relação à alta renda pessoal. O problema no Brasil é que o principal custo da previdência é justamente as altas aposentadorias, que são vetadas na Islândia. É a cultura do privilégio da elite brasileira, bem caracterizada nas aposentadoria de militares, políticos e sistema judiciário.
O sistema islandês foi considerado “o melhor sistema de pensões do mundo” em outubro, segundo o Global Pension Index elaborado pelo Mercer-CFA Institute, que compara sistemas de aposentadoria em 43 países, representando cerca de 65% da população mundial.(veja mais AQUI)