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Filmes de Dominique Gonzalez-Foerster destacam a arquitetura moderna e a paisagem urbana aberta em possibilidades de Roberto Burle Marx

Em São Paulo – Até o dia 13 de fevereiro, pode ser vista no MASP – Museu de Arte de São Paulo, na Sala de Vídeo, três filmes realizados pela artista Dominique Gonzalez-Foerster.

Dominique Gonzalez-Foerster (Estrasburgo, 1965) é uma artista francesa que vive e trabalha entre Paris e o Rio de Janeiro. A prática artística de DGF envolve múltiplas disciplinas, desde instalações imersivas, até personificações por meio de hologramas ou performances, até filme e som. As diversas formas que seu trabalho pode assumir são marcadas pela presença, entre outras, da literatura, da filosofia e da arquitetura, assim como fragmentos que se referem à sua história pessoal. O universo de DGF incita o espectador a percorrer sua obra de forma orgânica, criando um novo imaginário espaço-temporal, uma obra na qual se é ao mesmo tempo “um passageiro, um leitor, uma silhueta, um acumulador de percepções”, como a artista justamente aponta. DGF participou de várias exposições internacionais, coletivas e individuais: Tate Modern, Londres; Centre Pompidou, Paris; Bienal de Veneza; Bienal de São Paulo; MAM Rio de Janeiro; e Secession, Viena; entre outras.

Dominique Gonzalez-Foerster, Marquise (2006), detalhe

Entre ficção, documentário e memórias pessoais, os filmes aqui apresentados, Gloria (2008), Marquise (2007) e Plages (2001) não são apenas parte de uma série de curtas-metragens articulados em torno de imagens filmadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas também mostram a estreita relação da artista com o Brasil. Os três curtas refletem seu olhar atento, bem como seu interesse por uma certa arquitetura moderna e por uma paisagem urbana representada pela figura de Roberto Burle Marx (1909-1994). 

Gloria nos mostra, de forma irônica, a Praça Paris, construída nos anos 1920 e projetada com jardins semelhantes aos do Palácio de Versalhes. É considerada uma joia da Belle Époque carioca, quando o modelo urbano e arquitetônico veio de Paris, embora apresente vestígios de um colonialismo latente e ainda presente. 

Marquise toma como cenário a longa e sinuosa marquise que liga os cinco edifícios culturais do Parque Ibirapuera. Projetada em 1951 por Oscar Niemeyer (1907-2012), essa extensa área de mais de 27 mil metros quadrados é um movimentado “ponto de encontro”, no qual DGF interveio, durante a Bienal de São Paulo de 2006, duplicando os pilotis que suportam a estrutura.

Em Plages, a sequência de imagens nos transporta para Copacabana e seus famosos pavimentos projetados por Burle Marx. Uma multidão com pessoas vestidas de branco, celebrando a chegada do ano 2000, fogos de artifício, trovões e flashes, acompanhados de locuções que falam e cantam lembranças de uma Copacabana que é vista como um lugar de possibilidades.

Sala de Vídeo: Dominique Gonzalez-Foerster é curada por María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP.

Ao longo de 2021 e de 2022, a programação da Sala de Vídeo integra o ciclo das Histórias brasileiras no MASP, e neste primeiro ano inclui trabalhos de Ana Pi, Teto Preto, Regina Vater, Zahy Guajajara e Dominique Gonzalez-Foerster.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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