O fracasso dos avanços de medidas necessárias contra o aquecimento global na Conferência do Clima da ONU, a COP 26, pode ser medida pelo número de lobistas que se infiltraram no evento por meio das delegações dos países. Segundo a Global Witness, cerca de 500 lobistas, ou seja, pessoas pagas por grandes empresas de petróleo, carvão e gás estavam presentes na Conferência. O uso de combustível fóssil é o maior impulsionador das mudanças climáticas causadas pelo homem. A Global Witness checou a lista de participantes da ONU.(link)

O interessante é que a ONU não autoriza a participação de lobistas de empresas poluidoras na Conferência. Segundo a secretária Executiva da agência climática da ONU, Patricia Espinosa, a ONU não convidou e nem reconheceu nenhuma delegação oficial de empresas de combustíveis fósseis. Segundo ela, não é permitido o lobby dessas empresas poluidoras na conferência porque isso seria contra os objetivos do Acordo de Paris e da convenção.

No entanto, a ONU diz não ter controle sobre quais pessoas cada país inscreve como delegado. Para Murray Worthy, da Global Witness, a presença de centenas de pessoas sendo pagas para defender os interesses tóxicos de poluidoras de combustíveis fósseis só aumentará o ceticismo dos ativistas climáticos, que veem essas conversas como mais uma evidência da hesitação e do atraso dos líderes globais.

A Global Witness também revelou que o Brasil, assim como Canadá e Rússia contam com representantes de empresas de combustíveis fósseis em suas delegações, o que estaria obstaculizando e atrasando as negociações.

O Brasil pode ter levado não só lobistas, mas também turistas. A delegação do governo Bolsonaro foi a maior da conferência, com 479 integrantes. Uma delegação poluidora. Para se ter uma ideia, o Reino Unido, que sediou a Conferência, enviou 230 pessoas. (Com informações do Ihu e cnn)