.Por Susiana Drapeau.

Os brasileiros de verde e amarelo, os ministros do governo Bolsonaro e os grupos de mídia têm tudo a ver! Enquanto praticamente 70% dos paulistanos estão endividados, o ministro Paulo Guedes da Economia e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm milhões em paraíso fiscal. Eles e os donos da grande mídia. Paraíso fiscal é um lugar escolhido por milionários para evitar o pagamento de impostos. Por isso se chama “paraíso fiscal”. Não são só os paulistanos que estão endividados, 70% também é a média de endividamento do brasileiro. (Link)

(foto marcelo camargo – ag brasil)

Ou seja, os brasileiros endividados são governados por políticos com dinheiro em paraíso fiscal e informados por donos de mídia que também tem dinheiro em paraíso fiscal. É a receita da desigualdade.

Segundo reportagem sobre a Pandora Papers, pelo menos 8 empresários de mídia no Brasil ou seus parentes têm relação com 8 empresas offshore em paraísos fiscais. A lista tem pessoas da família Marinho (Rede Globo), Jovem Pan, Editora 3, além dos filhos gêmeos do apresentador Carlos Massa, o Ratinho. (Link).

Tudo a ver! Essa mesma mídia e esses mesmos integrantes do governo apoiaram as reformas trabalhista, da previdência e outras que retiraram recursos da população e concentraram ainda mais a riqueza. Ao apoiar o golpe parlamentar contra Dilma e permitir a eleição de Bolsonaro, esse processo só se tornou mais agudo.

Essas são apenas alguns exemplos, mas o tempo todo essa mídia, que escondeu a notícia dos paraísos fiscais ou normalizou, fica o tempo todo defendendo regulações que estrangulam a economia da população e enriquecem o capital especulativo. Isso acontece com manchetes tipo “o mercado não gostou”, “o mercado não vê com bons olhos aquele candidato”, “família sem renda ajuda a derrubar a inflação” etc. É uma forma de sustentar ideologicamente a desigualdade e deixar ricos e pobres alinhados: uns com dinheiro em paraíso fiscal e outros endividados.

Pesquisa divulgada hoje, 7, pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) mostra que mais de dois terços (69,2%) das famílias na capital paulista estavam endividadas em setembro. Segundo reportagem da Agência Brasil, é a décima alta consecutiva do índice de endividamento e representa um aumento de 10,7 pontos percentuais na comparação com setembro de 2020. Ao todo, são 2,76 milhões de famílias com algum tipo de dívida, 81 mil a mais na comparação com agosto. A inadimplência também cresceu, passando de 18,8% em agosto para 19%, no mês passado. São 759 famílias que têm dívidas com pagamentos em atraso. O endividamento é mais alto na faixa de renda de até dez salários mínimos (71,1%) do que nos lares que têm rendimento acima desse patamar (63,5%).