(foto coletivo resistência – pd)

.Por Marcela Moreira.

Foi uma vitória a tomada das ruas hoje no 27° Grito dos Excluídos e Atos Fora Bolsonaro. Os atos golpistas ficaram muito aquém depois de tudo que investiram: cobertura cotidiana  e gratuita nos grandes meios de comunicação, a máquina pública e dinheiro de entidades patronais e do agronegócio, pagamento de ônibus, hospedagem e alimentação, muita publicidade nas redes sociais. 

Mas é um erro fazer piada e dizer que esses atos floparam. 

Como dizer que flopou se chegamos a mais de 584 mil mortos? Como dizer que flopou se o genocida ainda tem apoio firme de um entre quatro brasileiros? Isso ainda é muita gente. Cada vez mais radicalizada, coesa, organizada, armada e extremista. 

Como dizer que flopou com tantas denúncias de corrupção de toda a familícia, de propina de US$ 1,00 a vacina? Como dizer que flopou se temos 14,8 milhões de desempregados e com falta de oportunidades no mercado para 33 milhões de trabalhadores no país, com gás a R$ 130,00, gasolina a R$ 7,00, do acém a R$ 40,00 o quilo e dos ovos a R$ 15,00, onde o presidente defende fuzil ao invés de feijão, além de milicos que ocupam de 6 a 11 mil cargos civis, com acumulação indecente de vencimentos, milicianos e civis armados até o dente? 

Flopar só acontecerá quando derrubarmos o Bolsonaro e todo o necrochorume do bolsonarismo. Flopar acontecerá quando ele estiver respondendo por seus crimes e esteja na cadeia junto com seus filhos e ministros. 

Não podemos banalizar a barbárie e o mal. A resistência não começou hoje e não terminará amanhã. 

Luto é verbo e ainda temos muito que fazer.

Um país
sem Democracia
é um lugar ilegal,
sem alvará de funcionamento
e não tem licença pra ser Pátria. 
Poeta Sergio Vaz 

“O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar…
Medo que dá medo do medo que dá” 
Lenine