Ao assinar a Medida Provisória (MP 1.026), em janeiro de 2021, que facilitou a fraude e a corrupção no processo de compra das vacinas para a Covid-19, Bolsonaro acabou por colocar em choque os principais grupos que disputavam as fatias dos recursos públicos no governo. Em artigo, Nassiff listou quatro grupos se digladiando, cada qual querendo tirar sua casquinha no processo de compra das vacinas e produtos para o Ministério da Saúde. Seriam o grupo dos Miranda, os Bolsonaro-Senah, o esquema Barros e os coronéis de Pazuello.
A briga entre os grupos foi incendiada pela própria MP, que facilitou demasiadamente a corrupção na compra das vacinas. Veja os itens da MP assinada por Bolsonaro. Ela escancarou com qualquer tentativa de lisura no processo. É um verdadeiro documento em prol da corrupção:
1. Ausência de licitação
2. O governo também pode pagar antecipadamente e ‘tem o direito de não receber as vacinas’. Ou seja, o vendedor pode vender as vacinas sem ter. Esse parece ser o caso do cabo Dominguetti, que depós na CPI da Covid.
3. A MP permite comprar produtos de empresas judicialmente impedidas de vender para o próprio governo (por exemplo, pode comprar de uma empresa corrupta ou que já causou dano ao Estado e à população.
4. A MP embute a possiblidade de propina com a possiblidade de pagar preço “acima da estimativa.
5. A justificativa para a compra pode ser “simplificada”.
6. A MP permite comprar a vacina sem eficácia comprovada!, ou seja, sem estudos preliminares que comprovem que o medicamento funciona.
7. O governo é responsável por possíveis problemas, e a empresa não é punida se não cumprir o contrato.
8. A MP também impede a fiscalização da sociedade.
Tudo isso num único documento. Tudo isso foi aprovado pelos deputados. A MP foi um verdadeiro um programa de incentivo à corrupção, o que gerou a briga entre os grupos dentro do governo Bolsonaro. (Veja texto completo LINK)