.Por Marcelo Mattos.
Certa ou errada a detenção de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, durante a recente sessão da CPI do Senado que apura a negligência do governo no combate à Covid-19, é somente o perfil sombrio das negociatas e o vasto esquema de corrupção para recebimento de propina na compra de vacinas.
Todas as denúncias de irregularidades, esquemas de pilhagem do erário público, corrupção explicitas, evidenciam, reiteradamente, a participação de inúmeros militares integrantes das Forças Armadas em diversos eventos escusos, em troca de benesses e benefícios vitalícios, além do apego às vantagens de cargos públicos civis.
A manifestação do senador Omar Aziz, presidente da CPI, ao dizer-se que “os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, apenas reconheceu a atuação nefasta de militares que integram um desgoverno que se caracteriza pela violência às instituições e liberdades democráticas, o desmonte privatista do Estado brasileiro, o autoritarismo inconsequente e a corrupção pandêmica.
Estamos falando de um Ministério da Saúde envolto num monstruoso esquema corrupção na compra de vacinas, em meio a mais de 530 mil mortes pela Covid-19, com militares encastelados em postos chaves da sua administração, com um General ex-ministro, Eduardo Pazuello, corresponsável pelo morticínio de brasileiros, a subserviência venal e ao descalabro de uma política de saúde genocida.
Portanto, a reação do Ministério de Defesa e dos comandos militares é extemporânea e uma interferência ameaçadora indevida e imoral, de corporações responsáveis por um golpe militar que arruinou a vida democrática, culminando com prisões arbitrárias, violação de direitos, mortes, torturas e desaparecimento de brasileiros.
Trata-se de uma nota, no mínimo, desonesta e inconsequente, buscando intervir e intimidar a atuação do Senado Federal, bem como as demais instituições da sociedade.
Excelente artigo de Marcelo Mattos! Elucidativo e de opinião elaborada. Parabéns à Carta Campinas e ao colunista!!
Esta situação grotesca foi anunciada quando da posse do ogro eco-corrupto-genocida quando seu exército de imbecis invadiu o Palácio do Planalto e pareciam moleques num parque de diversão, sentando nas cadeiras, mexendo em tudo, pulando para lá e para cá, experimentando de tudo, num frenesi idiota de quem nunca imaginou que um dia ali estaria.