Um dos depoimentos mais importantes na CPI da Covid-19 está acontecendo nesta quarta-feira, 02 de junho. Com clareza no depoimento, a médica Luana Araújo joga luz sobre a situação obscura que o Brasil se encontra na área médica com o governo Bolsonaro. “Quando disse que há um ano estávamos na vanguarda da estupidez mundial, eu infelizmente mantenho isso em vários aspectos”, afirmou. “É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular”, em referência ao negacionismo e anticientificismo promovido pelo governo. Para ela, o chamado tratamento precoce “é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente”.
Ela fez uma fala precisa sobre a questão da autonomia do médico e disse que, diante do caos causado pela cloroquina, é preciso repensar o currículo médico. Ela também disse que seu nome foi vetado politicamente pela Casa Civil. Segundo o senador Humberto Costa, ela foi vetada pelo ‘gabinete do ódio’.
Veja trechos do depoimento:
“Não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato”.
Luana Araújo, infectologista rejeitada pelo desgoverno genocida, proporcionou sem sombra de dúvida o melhor depoimento na CPI da Covid. Um tiro de canhão nos negacionistas emperdenidos.
Mostrou ainda um lado de empatia e generosidade, qualidades tão oportunas e raras nesses tempos tenebrosos em que fomos jogados.
No entanto vamos ponderar:
1) O que faz alguém com um mínimo de honestidade intelectual e ética cogitar de fazer parte de um desgoverno visceral, notória e abertamente inimigo da ciência, da verdade, da generosidade, sabotador de todas iniciativas de controle da pandemia, de coordenação do país nesse controle que é seu papel, necrófilo, desonesto, misógino, fascista, eco-genocida, com uma folha corrida quilométrica de crimes contra tudo e contra todos, em todas as áreas de políticas públicas?
2) Inverossímil esse alguém possa imaginar pensar que poderia fazer uma diferença positiva num ambiente tão fascista, negacionista e intolerante e ainda escapar ilesa ou sem grande humilhação;
3) Será que a articulada infectologista estaria se posicionando como o fez com garbo na CPI caso tivesse sido nomeada?
4) Por fim, a extrema carência intelectual, moral, ética e de competência daqueles que a antecederam como depoentes, exceção feita ao Dr. Dimas Covas, salvo falha de memória, não nos estaria levando a supervalorizar seu depoimento?
Ao fim e ao cabo, tudo que colocou tão bem para o país já era de domínio público, inclusive pelos próprios criminosos, réus confessos e orgulhosos de seus crimes!