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Balé da Cidade de São Paulo abre temporada com a estreia de duas coreografias inéditas: ‘A Casa’ e ‘Transe’

Em São Paulo – Após um ano longe dos palcos por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Balé da Cidade de São Paulo se prepara para o retorno com a estreia de duas criações. Aos amantes da dança que estavam com saudades da força e da diversidade artística da companhia, que neste mês comemora 53 anos de trajetória, chegou a hora. No dia 25 de fevereiro, às 20h, o Balé da Cidade apresenta um espetáculo com duas coreografias: A Casa, de Marisa Bucoff e Transe, de Clébio Oliveira. As apresentações seguem nos dias 26 e 27, no mesmo horário, e no dia 28 (domingo), mais cedo, às 17h. Os ingressos custam R$ 80 e R$ 40 (meia). Por conta dos protocolos de segurança sanitária, a companhia criou seu novo espetáculo em condições totalmente inéditas e estará dividida em dois grupos de bailarinos fixos entre as duas montagens. As máscaras também aparecem como elementos do figurino.

A Casa (Foto: Larissa Paz)

Para Ricardo Appezzato, gestor artístico da Santa Marcelina Cultura, organização social responsável pela gestão do Theatro Municipal de São Paulo, é grande a expectativa desta retomada das atividades do Balé. “É um momento muito forte para a companhia, que após um ano, volta com duas coreografias inéditas.Foi um espetáculo construído por todos”, destaca.

A Casa, criada pela bailarina e coreógrafa Marisa Bucoff (que integra há 21 anos o Balé), teve como ponto de partida o isolamento social e o período que estamos vivenciando. “O espetáculo dialoga com os afetos que atravessam as subjetividades, constituídas durante o período de isolamento social, na intenção de problematizar a despotencialização e a vulnerabilidade as quais somos lançados. Olhares, sensações e gestos representam a si mesmo e, ao mesmo tempo, o mundo, para tocar a ambiência afetiva, porém insólita, do palco”, conta a coreógrafa.

No palco, o público verá uma casa representada ora de maneira literal, com algumas poucas mobílias que compõe a montagem, ora de maneira simbólica. Para criar o cenário, que também contou com soluções que atendem os protocolos de segurança sanitária, Marisa Bucoff explica que se inspirou no filme Dogville, dirigido por Lars von Trier, conhecido justamente pela ausência e amplitude de cenário e elementos. “Os movimentos insurgem ocupando o território simbólico e sincronicamente aberto. A pele, a moradia e a proteção básica são espectros do retrato da Casa, porém, por outro lado, representam, também, a falta e aquilo que é a não casa. Assim, nesse jogo dual, a Casa espelha a nós mesmos, ou seja, a nossa própria existência”, completa.

A coreografia conta com trilha sonora original especialmente composta pelo músico Ed Côrtes, desenho de luz de Mirella Brandi e figurinos de João Pimenta.

No contraponto de A Casa, que abre o espetáculo, está Transe, de Clébio Oliveira, que parte da indagação: “O que seria o ideal de um mundo perfeito? O que seria uma vida ritualizada? O que seria uma aventura de viver? Seria possível um mundo onde pudéssemos apenas celebrar a vida através da dança e da música?”. O coreografo e bailarino convidado, que já flertava com a companhia há 15 anos, começou a conceber o espetáculo pensando no Balé da Cidade em 2006, inspirado no festival Burning Man, realizado no deserto de Nevada, EUA. Por conta da inspiração no festival, que cria em suas edições uma espécie de lugar utópico e um universo paralelo, Clébio Oliveira foi profético ao já imaginar, naquela época, uma montagem onde os bailarinos dançavam de máscara e óculos, por conta das tempestades de areia que surgem no local.

Transe (Foto: Larissa Paz)

“Como dançar os símbolos da vida num possível mundo pós-pandêmico? Transe é uma festa sem fim, uma utopia metaforizada em uma fábula inventada. Um ritual futurístico de êxtase coletivo; um mergulho sensorial mais próximo da dimensão do sensível do que do intelectual“, comenta Clébio Oliveira.

Com esses questionamentos como ponto de partida, o espetáculo, segundo o coreógrafo não é sobre um transe específico, e sim sobre a ideia do mesmo, o estado entre a vigília e o sono. Clébio Oliveira utiliza como processo de criação a colaboração e a narrativa individual dos bailarinos da companhia, para criar o que chama de “transe coletivo” para esse momento. O espetáculo traduz essa pesquisa minuciosa sobre os diversos tipos de transe em uma espécie de catarse coletiva e ao mesmo tempo individual, no palco.

Transe tem trilha sonora original especialmente composta por Matresanch, nome artístico do cantor e compositor italiano Matteo Niccolai, desenho de luz de Mirella Brandi, figurino de João Pimento e visagismo de Tiça Camargo.

Os espetáculos presenciais no Theatro Municipal de São Paulo seguem todos os protocolos de segurança e prevenção à propagação do Coronavírus (Covid-19) e as orientações do Plano São Paulo e da Prefeitura Municipal de São Paulo para retomada consciente das atividades. Ao público espectador presente na Sala de Espetáculos, é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados em nosso Manual do Espectador, disponível no site .

Transmissões ao vivo

A coreografia A Casa, de Marisa Bucoffserá transmitida gratuitamente ao vivo no dia 27, sábado, às 20h, pelo canal de YouTube do Theatro Municipal. Já Transe, de Clébio Oliveira, terá transmissão ao vivo no dia 28, domingo.

Programa

A Casa, de Marisa Bucoff – 28min

Transe, de Clébio Oliveira – 30 min

A Casa

Estreia Mundial

Concepção e Coreografia: Marisa Bucoff

Música Original: Ed Côrtes

Desenho de Luz: Mirella Brandi

Figurino: João Pimenta

Número de Intérpretes: 16

Duração: 28 minutos

Elenco: Antônio Carvalho Jr., Ariany Dâmaso, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Márcio Filho, Marina Giunti, Rebeca Ferreira, Renée Weinstrof, Yasser Díaz

Transe

Estreia Mundial

Concepção e Coreografia: Clébio Oliveira

Música Original: Matresanch

Desenho de Luz: Mirella Brandi

Figurino: João Pimenta

Visagismo: Tiça Carmargo

Número de Intérpretes: 17

Duração: 30 minutos

Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Harrison Gavlar, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Renata Bardazzi, Uátila Coutinho, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam

Datas: 25 a 28 de fevereiro de 2021

Horários: Quinta a Sábado, 20h; Domingo, 17h

Local: Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Sé – próximo à estação do metrô Anhangabaú

Duração dos concertos: 60 minutos, aproximadamente

Classificação etária: Livre

Ingressos: R﹩ 80 (inteira) e R﹩ 40 (meia)

Atenção: não será permitida a entrada de público após o início do espetáculo.

Bilheteria: em função da pandemia de COVID-19 a bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo está fechada por tempo indeterminado. A venda de ingressos está sendo feita exclusivamente pelo site do Theatro Municipal de São Paulo.

Manual do Espectador e Informações sobre os protocolos sanitários do Complexo Theatro Municipal: consulte os protocolos de segurança do Theatro Municipal aqui .

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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