O projeto Corredeira, idealizado pelo cantor e compositor campineiro Pedro Barsalini, com direção musical de Leandro Barsalini, orientação de Regina Machado e realizado por um grupo de músicos da região de Campinas, estreia o show “Para o Rio Tietê” na próxima terça-feira (20), às 19h, pelo Sesc Campinas no YouTube. O repertório é inspirado no curso do Rio Tietê pelo Estado de São Paulo.

Barsalini (Foto: Gabriella Zanardi)

“O Tietê se faz presente no roteiro do show, que está relacionado com o percurso destas águas. O rio nasce limpo, depois fica sujo, gigante, e limpo novamente. Teremos este raciocínio dramatúrgico nas batidas e nas letras das canções”, explica Pedro Barsalini, idealizador do projeto, que se formou em canto popular na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em 2019.

Contemplado pelo ProAC de circulação para 2020, Corredeira mescla músicas autorais e interpretações como Água (Djavan), Correnteza (Tom Jobim), Iarinhas (Luiza Lian) e Cântico (Regina Machado). Mais do que um simples show, “Para o Rio Tietê” chega com a missão de ser também uma apresentação documental. Além das canções, o espetáculo contém depoimentos de paulistas que conviveram com um Tietê saudável e trechos de memórias dos artistas da banda relacionadas às águas doces. A exibição que acontece no Sesc Campinas será a primeira de uma série para diversos públicos.

“Teremos uma instrumentação já tradicional, consagrada na música popular, com um balanço, um suingue mais orgânico e genuíno, que mescla black, rock, ketu, e samba”, conta Barsalini, que cita os próprios pais como grandes referências na música. “Nasci em uma família de músicos e tive contato com nichos musicais muito diferentes a vida toda. Meu pai tocou em orquestra sinfônica, minha mãe em um parque de diversões e banda de baile black. Recebi influências muito diferentes e tive então a oportunidade de construir meus valores e identidade”, revela.

Outra grande inspiração para a montagem do show “Para o Rio Tietê”, segundo Barsalini, é sua professora de graduação Regina Machado. Com ela, foi possível instaurar uma visão de espetáculo musical ao show – referência de uma artista preocupada com a estética e dramaturgia da produção. “Lembro que ela dizia que não tem nada mais chato do que ir a um show e ver uma música atrás da outra”, brinca o cantor.

Corredeira (Foto: Mari Lima)

ANCESTRALIDADE BRASILEIRA

Com um quê de saudosismo, “Para o Rio Tietê” fala sobre um rio que já foi muito mais “nadável, bebível e cheio de peixes”, como aponta o próprio Barsalini. O repertório faz referência a diversas musicalidades bastante presentes no ritmo brasileiro, como ijexá e samba, por exemplo. Em todo o repertório da apresentação, a marca que se faz presente é a da ancestralidade brasileira.

“O mais legal é pegar elementos que me agradam em cada estilo e juntar com o que já vivi um dia, como quando toquei rock, cantei em um trio vocal a cappella e toquei em uma banda de reggae. A gente só tem a perder quando tenta encaixotar as coisas… pluralidade é identidade”.

A participação de outros músicos da região de Campinas ajuda a “engrossar o caldo” da mescla de elementos musicais na apresentação. Entre os nomes estão o diretor musical Diogo Nazareth, Graciela Soares na voz e percussão, Theo Fraga no baixo, teclado por Carol Leão e bateria por Leandro Barsalini.

“Todos que participam deste projeto são grandes para mim. Somos sobreviventes de nossa própria história e cada um passa por suas dificuldades. Isso também é sobre resiliência, e nossas vidas têm tudo a ver com a história do Rio Tietê”.

(Carta Campinas com informações de divulgação)