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3ª edição do projeto ‘Canção Quebrada’ traz uma suíte inédita em três movimentos

A 3ª edição do projeto Canção Quebrada, realizado pelo Sesc Campinas, traz ao público um pouco da inspiração de nove músicos do cenário campineiro: Bruna Duarte, Bruna Takeuti, Felipe Silveira, Luciana Viana, Mauricio Cajueiro, Osmário Marinho, Ricardo Matsuda, Rodrigo Duarte e Vinícius Corilow. O que era para ser uma única obra foi transformada em uma suíte inédita em três movimentos com as músicas “Onde a Vida Passa”, “O Tempo e os Ventos” e “Tempo Quebrado”. O lançamento pode ser visto nesta quinta-feira (24), às 19h, no canal do youtube.com/sesccampinas.

(Foto: Divulgação)

O projeto traz a proposta de composições de obras musicais inéditas por artistas de Campinas, pensando uma existência imaginada sem a pandemia. Todo o registro e captação foi feito separadamente na casa dos artistas, utilizando equipamentos não profissionais, como celulares e câmeras simples. “A gravação à distância é uma forma atual de fazer música com segurança e qualidade. O processo como um todo é um pouco demorado pois exige alguns passos: a gravação da guia, as definições de arranjos ou tempos de participação de cada instrumento, o processo individual de criação, a aprovação da ideia, e a gravação. Nosso grupo teve condições de gravar áudios com microfones, mesmo que de forma caseira. A participação do técnico de som Maurício Cajueiro e o editor de vídeo Jords foi essencial para refinar essa captação caseira que tivemos”, declara Bruna Takeuti.

Convidados pelo Sesc Campinas para comporem (em grupo) uma obra musical inédita, o resultado destas nove mentes foi muito além do esperado. Desde as primeiras conversas, muitas ideias foram compartilhadas e, a partir dos desdobramentos e inspirações, a escolha por três canções foi unânime. “Ficamos empolgados com os resultados e resolvemos, ao invés de escolher uma só canção, escolhermos três que “casaram” bem na temática proposta pelo Matsuda de ser executada em formato de uma suíte, sendo a 1ª com andamento mais livre, a 2ª mais densa e a 3ª finalizando a peça. Foi marcante sentir a inspiração se materializar em música”, revela Bruna Takeuti.

No decorrer do trabalho, foram centenas de mensagens trocadas pelo whatsapp, dezenas de idas e vindas de gravações, inúmeros ajustes na condução dos ritmos e sons de cada instrumento, de cada voz; pode-se dizer que deste grupo surgiram três pedras preciosas, que, ao longo dos dias, foram minuciosamente lapidadas com talento, emoção, sensibilidade, inspiração, diversidade e profissionalismo mútuo em cada etapa por parte de todos os artistas.

No decorrer do projeto, muitos momentos marcaram cada músico. Para Felipe Silveira, o mais marcante foi a liberdade no processo composicional entre os músicos; ele complementa dizendo: “enxergo de uma extrema importância para minha vida e, em específico neste projeto, de uma sensibilidade ímpar ao envolver músicos da região neste momento tão delicado para colaborar com aquilo que podem oferecer de melhor! Foi uma grata surpresa! Me senti extremamente honrado pelo convite por poder participar desta ideia maravilhosa e um tanto desafiadora!”.

Para Luciana Viana, o que mais marcou foi a relação com o tempo e como os processos criativos sobre um mesmo tema podem gerar criações tão diversas, como foi o caso desta suíte. “Ela é composta de pequenas canções sobre o mesmo tema, o tempo, mas cada uma delas de uma perspectiva diferente. Pude observar, em mim e nos parceiros de composição, como cada um lida com o tempo nesses momentos de distanciamento”, e acrescenta que “participar desse processo foi muito rico, principalmente, porque estive junto (e longe) de nomes importantes da cena musical de Campinas. A troca de ideias, conhecimento, informação, inspiração foi muito intensa. Tudo isso foi facilitado, obviamente, pelos recursos tecnológicos. Entretanto, o lado difícil desse processo foi a ausência de encontros presenciais e da interação com o som feito na hora. Poder olhar no olho de um/uma instrumentista, respirar junto e executar uma música ao mesmo tempo em que a outra pessoa faz muita falta”.

Já Osmário Marinho lembra que “a iniciativa desse projeto, especificamente falando, é mais uma ação resiliente do Sesc Campinas em meio a um tempo extremamente obscuro e incerto para nós, artistas brasileiros, vindo de encontro às nossas necessidades de trabalho e expressão criativa e às demandas do público que no momento se priva do contato mais direito com as manifestações artísticas. Confesso que o que mais me marcou desde o início foi a dedicação intensa de cada artista envolvido, na intenção de que o projeto alcançasse um resultado estético musical satisfatório. Fui surpreendido pela alegria de conhecer alguns novos talentos e a imensa capacidade criativa dos envolvidos, realizando em tão pouco tempo uma obra linda, múltipla e ao mesmo tempo homogênea”.

Ricardo Matsuda faz questão de ressaltar sua relação com a cidade. “Cheguei em Campinas em 1984. A partir de 1986 comecei a tocar na noite campineira, foram trabalhos com vários músicos, parceiros, cantores e grupos: Kastora, Grupo Soma, Bebeto Von Buettner, Jayme Pladeval, Ivan Vilela, Grupo Anima e tantos outros. Escrevi arranjos para a OSMC entre 1996 e 1999, sob direção de Benito Juarez, e com a mesma orquestra pude participar como compositor e músico do CD Campinas de Todos os Sons, regência do Cláudio Cruz. Ainda que tenha realizado vários trabalhos fora, a partir desta cidade fiz a maior parte de minha produção musical”. 

Para este projeto Matsuda revela que “a experiência tem proporcionado um grande aprendizado, tanto profissional quanto pessoal. A proposta da curadoria mostrou-se bastante sensível e democrática ao arregimentar músicos de diferentes nichos musicais e gerações. Muitos de nós não nos conhecíamos sequer pessoalmente, apenas “de nome”, dificilmente teríamos formado espontaneamente. A meu ver, essa diversidade foi terreno fértil e combustível para um trabalho coletivo e colaborativo, rico e diversificado, de mãos dadas. Fazer isso à distância física muito nos ensinou e nos preparou melhor para esses tempos difíceis”.

Ainda sobre a relação com a cidade, Vinícius Corilow nasceu em Campinas, assim como o pai e um tio, ambos músicos. ”Minha formação musical se deu majoritariamente em Campinas, tanto através do meu pai, professores da Unicamp e outros professores excelentes, como através dos shows e artistas que assisti e com os quais convivi durante minha vida. Fiquei muito feliz e honrado em participar de um projeto tão relevante para o atual momento que vivemos e ao lado de amigos e artistas importantes, sensíveis e de muita competência. Foi uma experiência muito interessante, um processo artístico inédito para mim, e isso com certeza muda a perspectiva para a realização artística. Obviamente que a interação ao vivo é sempre muito rica e possibilita maior espontaneidade e interatividade, mas esse tipo de produção à distância favorece uma escuta atenta e uma soma de opiniões que mesclam de maneira equilibrada as diversas influências de cada um”, declara Corilow.

FICHA TÉCNICA DAS MÚSICAS

A composição dos arranjos das músicas foi feita de forma coletiva, mas há os compositores da letra e melodia que foram:

Música 1: Onde a vida passa – Bruna Takeuti

Música 2: O tempo e os ventos – Ricardo Matsuda

Música 3: Tempo quebrado – Luciana Viana

Música 1 – Onde a Vida Passa

Instrumentação:

Voz: Bruna Takeuti

Piano: Felipe Silveira

Clarineta: Vinícius Corilow

Violão: Ricardo Matsuda

Música 2 – O Tempo e os Ventos

Instrumentação:

Voz principal: Rodrigo Duarte

Vocais do arranjo: Bruna Takeuti e Luciana Viana

Piano e Pad: Felipe Silveira

Violão e viola: Ricardo Matsuda

Cavaco: Bruna Takeuti

Baixo elétrico: Bruna Duarte

Bateria e percussão: Osmário Marinho

Sax Soprano: Vinícius Corilow

Música 3 – Tempo Quebrado

Instrumentação:

Voz principal: Luciana Viana

Coro: Bruna Takeuti e Rodrigo Duarte

Viola: Ricardo Matsuda

Piano: Felipe Silveira

Cavaco: Bruna Takeuti

Baixo elétrico: Bruna Duarte

Percussão e bateria: Osmário Marinho

Flautas, Sax alto, Sax barítono, Sax soprano e Sax tenor (sopros): Vinícius Corilow

Dia: 24.9, quinta-feira
Horário: às 19h
Local: youtube.com/sesccampinas
Projeto: Canção Quebrada (3ª edição)
Apresentando:Bruna Duarte, Bruna Takeuti, Felipe Silveira, Luciana Viana, Mauricio Cajueiro, Osmário Marinho, Ricardo Matsuda, Rodrigo Duarte e Vinícius Corilow.
Obra Inédita: Suíte em 3 movimentos com as músicas “Onde a Vida Passa”, “O Tempo e os Ventos” e “Tempo Quebrado”.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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