Os ativistas do movimento que mobilizou pessoas em todo o Brasil a favor do golpe parlamentar de 2016, protagonizados por grupos que vestiam a camisa amarela da seleção brasileira de futebol – da CBF (entidade privada que organiza o futebol no Brasil) – são agora retratados como zumbis em novo single da banda de rock Detonautas.

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Conhecidos como patos, após a Fiesp (Federação que representa os grandes empresários de SP) usar um grande pato amarelo, o movimento capitaneado pelas classes privilegiadas da sociedade simbolizou o golpe de 2016 e a consequente retirada de mais de 100 direitos sociais e econômicos de grande parte da população brasileira. Daí ficou registrada a alcunha de patos amarelos do golpe de 2016.

Agora, a banda Detonautas lança a canção Carta ao Futuro, com a imagem dos zumbis amarelos. Veja o clipe da canção abaixo:

Carta ao futuro

(Tico Santa Cruz e DRC)

Hoje eu acordei com o vento explodindo na minha janela

E tentei sair do quarto num silêncio de capela

Só queria ter um tempo pra pensar sem compromisso

Nessa sua isenção que é o abrigo dos omissos

Lá fora os homens seguem se matando

Uns por dinheiro outros por um pedaço de pão

Afinidades entre a cruz que mata em nome de deus

E a espada que estraçalha o amor na mão dos irmãos

Não me assusta mas me esclarece

Despreza a ciência faz uma prece

Esconde a mão manchada do sangue do corpo dos inocentes

Vocês são Joaquim Silvério dos Reis

Nós somos Tiradentes

Ouvi um grito vindo lá do beco escuro

De uma criança sem pai perdida e sem futuro

Seus olhos lacrimejavam o desejo de alguém

Que sabe que será abatido, invisível e nada além

Quantas histórias assim ficaram no caminho

Num cemitério de ideias me vi sozinho

Se sou canção sem refrão que fica na cabeça

Não interessa eu sigo firme e forte, tenho pressa

Amanheceu o dia e tudo é sempre igual

Um loop eterno de notícias tristes no jornal

Mentiras e verdades que confundem o cidadão de bem

Eu sei quem é quem, eu sei quem é quem…

O indiferente não se importa, ele só quer poder

Fará o possível e impossível pra sobreviver

Como um inseto pestilento em reprodução

Fatia o bolo entre a família sem preocupação

E pra encerrar, a minha carta não é um lamento

É um aviso ao futuro de um novo tempo

A corte cairá, não sobrará ninguém

O tempo ruim vai passar do pai do filho

Ao espírito santo amém