A administração do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) anunciou divulgou esta semana duas destinações de recursos para a área cultural da cidade que mostram a disparidade entre os investimentos.
Na sexta-feira, 29, anunciou por meio da Secretaria de Cultura um edital de Auxílio Emergencial diante da crise provocada para os trabalhadores da Cultura por conta da pandemia de coronavírus. A iniciativa prevê R$ 500 mil para contemplar até 1 mil projetos. Ou seja, metade de um salário mínimo para cada artista. Se forem mil projetos aprovados, R$ 500,00 (Isso Mesmo!) para os trabalhadores das artes enfrentarem o período de isolamento.
No mesmo dia, 29 de maio, a Prefeitura abriu os envelopes com as propostas da licitação da primeira fase das obras de recuperação do Centro de Convivência Cultural de Campinas (CCC), um dos principais teatros da cidade. A reforma incompleta de uma única construção vai custar cerca de R$ 20 milhões, ou seja, 40 vezes o valor destinado a todos os artistas da cidade para enfrentar a pandemia de Covid-19. Isso se não acontecer nenhum aditivo no contrato, que aumentará o valor, algo comum no Brasil, visto que normalmente as licitações não são feitas com seguradoras, mas diretamente com as construturas.
A concorrência do CCC, nº 01/2020, cobre apenas a recuperação estrutural, com intervenções no sistema de drenagem, eliminação de infiltrações, de fissuras e reparos em ferragens; impermeabilização e substituição completa das redes elétrica e hidráulica, informou a prefeitura. Também serão feitas as adequações para acessibilidade e para atender as normas de segurança do Corpo de Bombeiros. A parte interna do Centro de Convivência inclui sala de espetáculo, salas de ensaio, galeria, áreas técnica e administrativa, banheiros e camarins.
O projeto prevê ainda uma segunda etapa, quando deverão ser renovados os equipamentos da área cênica, de iluminação e acústica do teatro. A reforma do Centro de Convivência pode atingir um valor 80 a 100 vezes o valor destinado ao auxílio emergencial para todos os trabalhadores das artes de Campinas.
De acordo com a Prefeitura, os recursos para a realização da obra virá de um convênio com o Governo do Estado de São Paulo, assinado em 18 de dezembro do ano passado, que garantiu à Prefeitura de Campinas receber recursos de R$ 19,1 milhões para a primeira fase de recuperação do complexo cultural.
Na sexta-feira, 29, foram abertos os envelopes das empresas que concorrem para a reforma. Dez empresas apresentaram propostas: Consórcio OTT (constituído pelas empresas OTT Engenharia de Obras Ltda. e OTT Construções e Incorporações Ltda.), com proposta de R$ 20.064.406,75; Consórcio Concrepoxi – CG (constituído pelas empresas Concrepoxi Engenharia Ltda. e CG Construções Ltda., com R$ 18.962.637,18; Scopus Construtora & Incorporadora Ltda., oferecendo R$ 19.656.035,24; 2N Engenharia Ltda., com valor de R$ 18.823.581,89; Augusto Velloso Engenharia S.A., com proposta de R$ 22.039.088,39; Construtora Progredior Ltda., com R$ 17.895.453,20; Teto Construtora S/A, com valor de R$ 18.279.037,12; Rodoserv Engenharia Ltda., com proposta de R$ 19.440.485,36; Lopes Kalil Engenharia e Comércio Ltda., com R$ 20.056.080,88; e RAC Engenharia S/A, com valor de R$ 21.679.118,08.