As revelações de Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro, à Folha são uma bomba. Segundo ele, Flávio ficou sabendo por meio de um delegado da Polícia Federal que a Operação Furna da Onça, que atingiu Fabrício Queiroz, seria deflagrada.

(foto valter campanato – ag brasil)

O delegado da Polícia Federal era simpatizante do candidato e contou que ia segura-lá para não atrapalhar o segundo turno, conta Marinho.

Marinho afirmou, ainda, que o delegado que vazou a informação sugeriu que Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal Jair Bolsonaro, fossem demitidos, o que ocorreu no dia 15 de outubro.

Naquela época o deputado Paulo Pimenta (PT), anotou a coincidência da demissão de Queiroz e familiares fantasmas do gabinete e afirmou que provavelmente Flávio Bolsonaro havia sido avisado da operação da Polícia Federal. Agora, há a confirmação por parte do empresário Carlos Miranda.

Em 2017, Alexandre Ramagem atuou nas investigações de deputados estaduais suspeitos de corrupção. Chamava-se Operação Cadeia Velha.

A base foi o depoimento do delator Carlos Miranda — que serviu para deflagrar a Furna da Onça.

Ambas são desdobramentos da Lava Jato no Rio.

“O conluio criminoso se traduzia em excessivos benefícios fiscais em favor de determinadas empresas e empreiteiras, que levaram a que o estado deixasse de arrecadar em um período de cinco anos mais de R$ 183 bilhões, ocasionando o atual colapso nas finanças do estado – com este efeito avassalador que essa corrupção sistêmica causou à administração pública”, afirmou Ramagem.

Ele se aproximou do presidente e dos filhos ao assumir a chefia da segurança de Bolsonaro após o fim do segundo turno, em 2018, durante o período de transição do governo.

“Ele ficou novembro e dezembro, praticamente, na minha casa. Dormia na casa da vizinha, tomava café comigo, aí tirou fotografia com todo mundo. Foi no casamento de um filho meu. Não tem nada a ver a amizade dele com o meu filho. Meu filho conheceu ele depois”, confessou Bolsonaro.

“E eu confio, passei a acreditar no Ramagem, conversava muito com ele, trocava informações. Demonstrou ser uma pessoa da minha confiança, então a partir do momento que eu tenho uma chance de indicar alguém pra PF, por que não o indicaria?”

O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre de Ramagem para a Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ramagem é amigo da família de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de interferência na corporação (Do DCM/)